segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Cavaleiro morreu há 50 anos no Campo Pequeno: homenagem a "Quim-Zé" Correia esta 5ª feira

Empresa do Campo Pequeno rende esta 5ª feira, pelas 19 horas
no Museu da praça de toiros, homenagem à memória do cavaleiro
Joaquim José Correia, que ali morreu vítima de colhida há 50 anos
"Quim-Zé" obtivera nesse ano, meses antes, um êxito espectacular na
4ª Corrida TV no Campo Pequeno
As últimas cortesias na fatídica tarde de 16 de Outubro de 1966
As célebres imagens da tragédia. O cavalo "Tirol" escorregou quando "Quim-Zé"
cravava o segundo ferro comprido, sendo violentamente derrubado pelo toiro
"Carvoeiro" da ganadaria Rio Frio. O cavaleiro entrou no Hospital de Santa Maria
já em estado de morte cerebral e o óbito foi confirmado ao início da noite
O programa do festival no Campo Pequeno, há 50 anos, em que morreu
o cavaleiro Joaquim José Correia. Em baixo, uma das suas últimas entrevistas


A Administração e a Direcção de Tauromaquia da praça de toiros do Campo Pequeno levam a efeito esta quinta-feira, pelas 19 horas, no Museu da praça de toiros, uma cerimónia de homenagem à memória do cavaleiro Joaquim José Correia "Quim-Zé", que morreu nesta praça há 50 anos (16 de Outubro de 1966), na tarde em que completava 21 anos de vida e actuava num festival benéfico a favor do Orfanato Escola Santa-Isabel, um espectáculo que era organizado todos os anos pelo grande aficionado João de Castro, compadre do matador espanhol Paco Camino - que nunca mais organizou semelhante festejo depois deste que ficou tragicamente marcado pela morte de Joaquim José Correia.
"Quim-Zé" sofreu aparatosa queda logo ao início da lide do toiro "Carvoeiro", da ganadaria Rio Frio (de José Lupi), quando montava o cavalo "Tirol", que mais tarde seria de Mestre Batista. António Sécio, ao tempo valente forcado dos Amadores de Montijo, que pegavam nesta tarde, sob  comando de José Jacinto Carvalheira, foi o autor da pega ao toiro que derrubou e matou aquele que era ao tempo o cavaleiro da moda, natural de Évora, mas há muitos anos a residir na Cova da Piedade (Margem Sul).
Joaquim José Correia deu entrada no Hospital de Santa Maria já em estado de morte cerebral, vindo o óbito a confirmar-se ao início da noite. O seu funeral foi, no dia seguinte, o primeiro a passar no tabuleiro da Ponte Salazar, inaugurada nesse mesmo ano de 1966.
O malogrado "Quim-Zé" Correia recebera a alternativa de cavaleiro tauromáquico no Domingo de Páscoa do ano anterior, 18 de Abril de 1965, nesta mesma praça do Campo Pequeno, apadrinhado por D. José de Atahyde. Nascera na cidade de Évora a 16 de Outubro de 1945 e recebera os primeiros ensinamentos na arte do toureio e da equitação de Mestre Simão da Veiga e de António Anão, famoso equitador do Redondo. Nesse mesmo ano de 1966, a 21 de Julho, obtivera um triunfo fantástico também na arena do Campo Pequeno na 4ª Corrida TV, onde repartiu cartel com Manuel Conde, Mestre Batista e José Lupi, os matadores José Júlio, Armando Soares e Amadeu dos Anjos e os Forcados de Montemor (cartaz em cima).
Joaquim José Correia foi o segundo cavaleiro a morrer na praça do Campo Pequeno desde a sua inauguração, depois de Fernando de Oliveira, que também ali perdeu a vida por colhida no ano de 1904.

Fotos D.R.