segunda-feira, 22 de abril de 2019

Mário Coelho também homenageado na próxima 5ª feira no festival de Sobral de Monte Agraço



Mário Coelho, uma das maiores referência do toureio a pé, é um dos doze matadores de toiros que vão ser homenageados na próxima quinta-feira, dia 25 de Abril (feriado nacional) no festival taurino que se realiza na praça de Sobral de Monte Agraço, juntamente com António dos Santos, Francisco Mendes, José Trincheira, José Júlio, Armando Soares, José Simões, Fernando dos Santos, Júlio Gomes, Óscar Rosmano, Ricardo Chibanga (que morreu na passada semana e será homenageado a título póstumo) e José Manuel Pinto.
Este tradicional festival misto da Tertúlia Tauromáquica Sobralense, organizado pelo empresário José Luis Gomes, em que se lidarão novilhos-toiros de Manuel Calejo Pires, tem cartel formado pelos cavaleiros Rui Salvador, David Gomes e o praticante Joaquim Brito Paes, pelos matadores António João Ferreira, Nuno Casquinha e Manuel Dias Gomes e pelo grupo de forcados Amadores de Santarém.
Mário Coelho Luís nasceu em 25 de Março de 1936, em Vila Franca de Xira e desde criança quis ser toureiro, chegando a apresentar-se aos 14 anos como amador na praça de toiros da sua terra, a carismática “Palha Blanco", na Quinta-feira da Ascensão de 1950.
Prestou provas para praticante de bandarilheiro também na “Palha Blanco” em 1955, e tomou a alternativa de bandarilheiro, na Nazaré, a 13 de setembro de 1958. Nas temporadas seguintes foi o bandarilheiro de maior relevo a nível nacional conquistando os prémios mais importantes do país.
Integrou as quadrilhas das principais figuras portuguesas do toureio a pé, como Manuel dos Santos, José Júlio e Diamantino Viseu. Em Espanha esteve nas quadrilhas dos matadores Paco Corpas e Andrés Vázquez, tendo alcançado o escalão do melhor bandarilheiro do mundo e o único na História do toureiro que saía a ombros em diversas praças de Espanha e Portugal juntamente com os matadores. Foi o bandarilheiro que mais prémios conquistou.
Apresentou-se na Monumental de las Ventas (Madrid) como novilheiro debutante em 4 de Maio de 1967 após 11 novilhadas em dois meses. A 25 de Junho de 1967, Mário Coelho tomou a alternativa em Badajoz, tendo como padrinho Julio Aparicio e como testemunha Manuel Cano «El Pireo». Confirmou a alternativa na Monumental do México em 1975, confirmando-a também na Monumental de Madrid a 14 de maio de 1980 durante a Feira de Santo Isidro.
Tendo vivido em Espanha e no México durante vários anos, a carreira de Mário Coelho passaria por França, Marrocos Canadá, EUA, Angola e Moçambique, mas sobretudo pelas praças da América Latina como México, Venezuela, Perú, Colômbia e Equador.
Na sua trajectória de 1955 a 1990, Mário Coelho toureou 3.149 toiros em 1.472 corridas e em 205 festivais.
Mário Coelho durante a sua trajectória de matador alternou com as maiores figuras do toureio como António Ordoñez, Paco Camino, Paco Ojeda, José Maria Manzanares, Palomo Linares, “Niño de la Capea”, Dámaso González, os mexicanos Manolo Martinez e Eloy Cavazos e tantos outros.
Foi durante 20 anos considerado o matador que melhor bandarilhava no mundo.
A data de 12 de Ssetembro de 1984 é um dos marcos da sua história, quando numa corrida picada na Moita, alternando com “Niño de la Capea” e Paco Ojeda, deu uma estocada fulminante no toiro “Corisco”, da ganadaria Ernesto de Castro. Por tal acto seria julgado em tribunal e ilibado.
Em 1990 despediu-se do público, cortando a coleta numa grandiosa corrida realizada no Campo Pequeno.
Em Outubro de 2001 foi aberta ao público a Casa Museu Mário Coelho, localizada junto à Igreja Matriz de Vila Franca de Xira, na habitação onde o toureiro nasceu, resultado de uma parceria estabelecida entre este, a Câmara Municipal e a Junta de Freguesia de Vila Franca de Xira.
Em 2005, ano em que comemorou 50 anos de toureio, Mário Coelho publicou um livro onde estão reunidos textos autobiográficos, com o título “Da Prata ao Ouro”, com prefácio de Agustina Bessa-Luís.

Fotos D.R.