Em resposta - por que se impunha - ao
comunicado que me foi enviado pelo empresário António Manuel Cardoso
("Toiros & Tauromaquia") e já está amplamente divulgado noutros
blog's e sites de tauromaquia, pretendo esclarecer o seguinte:
1 - Primeiro que tudo, não retiro uma
vírgula de tudo o que ontem foi escrito e, nomeadamente, das declarações, via
telefone (telemóvel, para ser mais claro) que me foram prestadas pelo
empresário António Manuel Cardoso.
2 - Segundo, o referido empresário conhece-me
há cerca de trinta anos (30) e sabe, também, que eu tenho dado preferência na
minha vida à verticalidade e que também nunca fugi à verdade.
Vamos por partes.
3 - Telefonei-lhe, sim senhor, para
saber do estado clínico do jovem cavaleiro que apodera, João Maria Branco e se
estaria ou não em condições de actuar dia 28 em Estremoz. Mas esse telefonema
aconteceu na passada quarta-feira, dia 18, após duas tentativas anteriores, na
véspera, numa das quais lhe deixei uma mensagem e na outra fui por ele atendido,
dizendo-me que estava numa reunião e me ligaria mais tarde. Fê-lo no dia
seguinte, quarta-feira. Como se pode confirmar através da notícia que, sobre
esse assunto (João M. Branco) publiquei no blog na quarta-feira.
4 - Ontem, quinta-feira, dia 19, perto
do meio-dia, telefonei novamente ao empresário António Manuel Cardoso - mas o
assunto não foi o estado clínico do cavaleiro João Maria Branco. Como bem se
lembrará, telefonei a pedir um comentário sobre o facto de, na véspera, ter
tido conhecimento da realização de uma corrida em Santarém a 6 de Junho com o
mesmíssimo cartel da que ele anunciou para Reguengos a 10, quatro dias depois.
Não houve, no telefonema de ontem, qualquer menção ao estado clínico de João
Maria Branco.
5 - Certamente que ao abordar o
empresário António M. Cardoso sobre o assunto Santarém/Reguengos, ele sabia que
não estava a ter comigo, como alega, uma "conversa informal".
Pessoalmente, tanto me faz o que o empresário pensa ou não pensa do caso. Fi-lo
como jornalista e o António Manuel, quando falou comigo, sabia que estava a
falar com o jornalista e não a ter uma simples "conversa informal".
Tanto que o sabia que me falou
inclusivamente de outros assuntos (nomeadamente da possibilidade de um acordo
publicitário, colocando nos seus cartazes o logotipo do "Farpas"...).
Por isso, não pode agora alegar "armadilhas", conversas distorcidas
ou coisas afins.
6 - Não existe, no texto publicado,
reafirmo e insisto, nenhum "contorno feito à imagem de quem o
escreve". O que lá está, repito, foi textual e itegralmente o que o
empresário me disse.
Nomeadamente, tudo o que confirma no seu
comunicado e ainda outras coisas que, por terem menor interesse, não mencionei.
7 - É verdade que me contou a história
da montagem do cartel de Reguengos, as conversas com o apoderado Francisco
Penedo, as anteriores e a seguinte a ter conhecimento do mesmo cartel em
Santarém. Disse-me, como ele próprio confirma, que apoderado Penedo tinha
proposto tirar o filho de Rouxinol do cartel de Santarém para que o elenco não
fosse igual e comentou que não fazia sentido "ser o miúdo a pagar as
favas".
Disse-me também que dissera ao apoderado
de Rouxinol que assim, em Santarém seria "a despedida de solteiro" e
em Reguengos "o casamento", tal a repetição de festejos comemorativos
dos 25 anos de alternativa do cavaleiro.
Sugeriu, é também verdade, que a empresa
de Santarém deveria modificar os cartéis, com base nos toureiros que contratou,
por forma a que o de dia 6 de Junho não fosse igual ao de dia 10 em Reguengos e
disse-me, como está escrito, que se Bolota não conta este ano com Ventura,
poderia eventualmente trazer outro espanhol, Pablo, Cartagena ou Leonardo.
8 - É verdade que fez severas críticas à
APET (Associação Portuguesa de Empresários Tauromáquicos), afirmando que
"não valia a pena fazerem reuniões, fingirem que se respeitavam todos e
depois virem cá para fora borrar a pintura".
É verdade que me disse que, se não
alterassem o cartel de Santarém, estava a pensar seriamente em "pôr fora
da sua carroça", foi exactamente este o termo, o cavaleiro Luis Rouxinol,
ou seja, tirá-lo de todas as corridas para que o contratara. Disse mais: que
tinha dito ao apoderado Penedo que, a levar desta forma a carreira do toureiro,
"ele jamais passaria de rouxinol a canário". Enumerou as corridas
todas, próximas, em fins-de-semana seguidos, em que o toureiro participa,
concluindo que "indo a todas", qualquer dia "já ninguém o podia
ver". Lembrou-me, inclusivé, que sempre apoderou Figuras do Toureio, a
começar pelo saudoso José Mestre Batista, e que nunca geriu assim a carreira de
um toureiro.
9 - Disse-me, reafirmo, que "embora
nem fale com ele, quem tem razão é o Rui Bento quando diz que os apoderados de
hoje são tractoristas, etc.".
Resumindo: não "inventei", não
o costumo fazer, nenhuma declaração, nem tão pouco escrevi qualquer coisa que
não me tivesse sido dita pelo empresário António Manuel Cardoso.
A conversa telefónica com o empresário
ocorreu, repito, ontem, quinta-feira, perto do meio-dia.
10 - Ao final da tarde, perto das 19
horas, recebi novo telefonema de António Manuel Cardoso.
"Miguel, não abri todo o dia o
computador, mas estou farto de receber telefonemas a dizerem que saíu no
'Farpas Blogue' um comunicado ou declarações minhas a dizer mal do Bolota, do
Penedo, da APET..." - disse-me.
E eu expliquei-lhe que o que tinha saído
no blog era exactamente o que ele me tinha declarado de manhã, a propósito da
repetição de cartéis em Santarém e Reguengos, que fosse ler para confirmar.
"Ligaste-me para saber do estado do
Branco e depois falámos disso, não foi?" - acrescentou o empresário. E eu
relembrei-lhe:
- Não, para saber do Branco foi ontem
que falei. Hoje foi pelo caso dos mesmos cartéis...
"Então vou ler o blog e depois
ligo, deitas-te tarde?" - perguntou.
- Deito-me tarde, podes ligar à hora que
quiseres - expliquei.
Ligou perto das 23 horas:
"Já li e vou mesmo ter que fazer um
comunicado para esclarecer algumas coisas" - informou.
11 - E fez. Mas, repito: não retiro uma
vírgula a nada do que ficou escrito nesse texto. 11 - 11 - Mantenho integralmente
tudo o que escrevi e tudo o que António Manuel Cardoso me disse - além de
outras coisas que disse e não escrevi.
Miguel Alvarenga
"Farpas Blogue
Foto Patrício Estay/Arquivo