Nasci na Malveira no dia 10 de Junho de 1942. Terra Saloia, mas de uma aficion fora do comum.
O meu Pai, pessoa de uma grande aficion pela Festa Brava, levava-me às corridas de toiros em várias praças do nosso país.
Um dia, no pátio do extinto Matadouro da Malveira, e sob o olhar atento do falecido bandarilheiro profissional Florêncio Canas, este também da Malveira, toureei a minha primeira bezerra. Foi o princípio da minha carreira de amador.
Actuei como toureiro amador em público, pela primeira vez, numa garraiada na praça de toiros de Sobral de Monte Agraço, no dia 12 de Setembro de 1958.
Comecei a frequentar a Escola de Toureio "Luciano Moreira", que ficava na Praça da Alegria, perto da antiga sede do Sindicato dos Toureiros Portugueses, em Lisboa, de que era instrutor o bandarilheiro Alberto Bartissol.
Passado algum tempo e depois de várias actuações como toureiro amador, fiz a prova de bandarilheiro praticante num festival taurino realizado na Golegã, onde actuaram diversos toureiros, entre os quais o meu amigo e compadre (padrinho de meu filho), o matador de toiros Ricardo Chibanga, no dia 18 de Novembro de 1973.
Recebi a alternativa de bandarilheiro profissional nos dia 10 de Setembro de 1974 (cumprem-se amanhã 50 anos), na praça de toiros da Moita. Foram lidados toiros da ganadaria de Oliveira e Irmãos e actuaram os cavaleiros José Mestre Batista e José João Zoio e os matadores de toiros Mário Coelho (que actuou em substituição do anunciado Ricardo Chibanga, que se lesionara) e o espanhol Francisco Roman "Currillo". Pegaram nesse espectáculo os Forcados Amadores de Santarém. Foram júris desta minha prova o cavaleiro José Mestre Batista e os bandarilheiros Mário Freire e José Tinoca, que me aprovaram por unanimidade.
Como bandarilheiro profissional, durante 25 anos consecutivos, actuei na quadrilha do cavaleiro Emídio Pinto durante 14 temporadas e na de Vasco Taborda 6 anos e com diversos toureiros, tendo somado um total de 1.200 espectáculos.
Fui apoderado do cavaleiro José Paulo e do cavaleiro praticante Júlio Filipe.
Fui empresário taurino nas praças de Viana do Castelo, Figueira da Foz, Chamusca, Alcácer do Sal, Malveira e Sobral de Monte Agraço. Fiz parte da empresa Os Três Tércios juntamente com Américo Pena, Manuel Gonçalves, José Cardal, José Agostinho dos Santos e Laureano Santos.
Fui também director de espectáculos taurinos durante 13 anos, onde dirigi um total de 257 festejos, com a particularidade de ter sido o único que dirigiu corridas transmitidas pelos três canais televisivos nacionais, RTP, TVI e SIC (esta última, transmitiu uma única corrida, da Monumental de Santarém). Retirei-me desta função de director de corrida no dia 3 de Março de 2012 num festival de homenagem ao falecido cavaleiro Alfredo Conde, que se realizou em Dona Maria (Caneças).
Despedi-me de Toureiro na praça de toiros da Malveira no dia 11 de Abril de 1999.
Manuel Jacinto
Fotos D.R., Luis Azevedo/Estúdio Z, Duarte Chaparreiro, Alberto Figueiredo e Emílio de Jesus/Arquivo
Na quadrilha de Emídio Pinto, com o cavaleiro, tendo ao tempo por companheiro António Carvalho |
Com o cavaleiro mexicano Gastón Santos |
Albino Fernandes (que também cumpriu este ano 50 anos de alternativa), Ricardo Chibanga e Manuel Jacinto |
Com o então matador de toiros Paco Duarte |
Na última Corrida Goyesca que se realizou no Campo Pequeno: Laurentino Boieiro, Albino Fernandes, o matador espanhol António José Galán e Manuel Jacinto |
Manuel Jacinto com seu filho e o padrinho deste, o saudoso Ricardo Chibanga |
O Diploma de Alternativa passado pela Associação de Toureiros |
Bandarilhando e lidando de capote no Campo Pequeno |
A última tarde (despedida) em 1999 na extinta praça de toiros da Malveira |