"Tenho uma enfermidade muito dolorosa. Atormenta-me enlouquecer" - é o título da primeira parte da grande entrevista de Morante de la Puebla publicada hoje no diário espanhol "ABC", com chamada em manchete a encher toda a primeira página.
"Pensei na morte como alívio; é uma doença muito triste e dolorosa. Mas não posso permitir esses pensamentos, que sem dúvida, estiveram muito perto. Tenho uma família e uma responsabilidade" - confessa o famoso matador de toiros, de 45 anos, que revela sofrer há mais de vinte anos de "um transtorno dissociativo que desconecta o corpo das emoções, agravado agora com um complexo quadro depressivo". Morante fala pela primeira vez, e como nunca, dos problemas pessoais e da doença que no ano passado o obrigou a cancelar a temporada.
Os jornalistas Jesús Bayort e Raul Doblado, do jornal "ABC", acompanharam o toureiro durante alguns dias em Portugal, onde tem vivido nos últimos meses na Marinha Grande, em casa dos pais do seu apoderado e seu "irmão" Pedro Marques, Fernando e Guiomar.
Morante, que tem sido nestes meses acompanhado pelo médico psiquiatra Dr. António Sampaio (filho do Prof. Daniel Sampaio e sobrinho do falecido Presidente da República Dr. Jorge Sampaio), revela na entrevista ter sido submetido a uma terapia "muito agressiva" de electrochoques para poder voltar a tourear - o que acontecerá já no próximo sábado, 8 de Março, em Olivença.
Nesta entrevista no "refúgio português" do génio do toureio a pé, os repórteres do "ABC" acompanharam o toureiro desde a Marinha Grande à praia de São Pedro de Moel, à Nazaré, a Fátima e a Lisboa.
A segunda parte da entrevista, agora centrada no tema taurino, será publicada na edição de amanhã do diário "ABC".
Fotos "ABC"