quarta-feira, 5 de novembro de 2025

Debandada no PAN: ex-dirigentes abandonam o partido sublinhando que "o projecto falhou"

Vários militantes, entre os quais a antiga deputada Bebiana Cunha, formalizaram a sua desfiliação do PAN, sublinhando que o partido liderado por Inês Sousa Real (foto) "deixou de ser quem era" e que "o seu projecto falhou".

Em declarações à agência Lusa, a antiga deputada Bebiana Cunha, voluntária no PAN desde 2011, que foi autarca na Assembleia Municipal do Porto e eleita líder parlamentar do partido em 2021, começou por dizer que esta não foi uma decisão tomada “de ânimo leve ou de um dia para o outro”.

Questionada sobre como avalia a actual liderança do partido, Bebiana Cunha lamentou a “ausência de autocrítica” em questões como perda de eleitorado e de representatividade, considerando que “há uma negação da realidade”.

Já em Julho fora tornada pública uma carta aberta, também subscrita pela antiga deputada do PAN e outros ex-dirigentes, a pedir uma avaliação da direcção do partido “sem receio de ter de mudar”, acusando a atual liderança de se desviar dos “valores fundadores”.

Ao todo, 35 signatários, entre os quais os antigos dirigentes Anabela Castro, Nuno Pires, Miguel Queirós ou Carolina Pia, salientavam que todos “têm a sua história dentro do PAN” e recordavam o lançamento das fundações do projecto político Pessoas-Animais-Natureza em 2009.

Num comunicado divulgado no passado sábado e assinado por cinco agora ex-militantes do PAN, entre os quais Bebiana Cunha, e que cita, por exemplo, Miguel Queirós (que presidiu o Conselho de Jurisdição Nacional e agora se demite), lê-se que “o PAN deixou de ser quem era — a única plataforma em que as causas e o activismo comprometido alguma vez convergiram numa estrutura representativa politicamente organizada”.

Foto D.R.