"Foi uma corrida daquelas em que se passa medo..." - assim nos referiu o antigo forcado João Vasco Lucas, apoderado do cavaleiro Joaquim Brito Paes, a propósito da acidentada corrida realizada ontem na praça de Idanha-a-Nova (de homenagem aos emigrantes), onde os toiros da ganadaria Prudêncio "puseram tudo e todos em sentido" e o segundo só por milagre não causou uma verdadeira tragédia. "Nem nos meus tempos de forcado passei tanto medo como na corrida de ontem em Idanha", confessou João Lucas.
Esse segundo toiro da noite, primeiro do lote do cavaleiro Joaquim Brito Paes, saltou as tábuas mesmo junto à porta dos cavalos e entrou pelas pequenas cocheiras da praça da Idanha, onde colheu de forma aparatosa a jovem Andreia Martinho (fotos), tratadora de cavalos da Casa Brito Paes, assim como o cavalo "Ibisco", que foi atirado com violência para dentro de uma baia, não chegando felizmente a sofrer nada de grave.
Também Andreia Martinho se encontra bem, apesar da voltareta que sofreu e que lhe pode ter causado alguma fissura numa costela, mas mais nada de grave, felizmente, como há momentos nos referiu João Vasco Lucas: "A Andreia está bem, felizmente, mas podia ter sido muito grave".
"Foi um milagre o toiro não ter ido para a rua, onde se poderia ter dado uma tragédia" - disse-nos, por seu turno, o empresário Luis Miguel Pombeiro, promotor da corrida.
No meio de todo este momento de pânico, o Mestre António Ribeiro Telles, que acompanhava seu filho António, um dos toureiros da noite, caíu desamparado na arena quando tentava saltar a trincheira e sofreu um rasgão na cabeça e possivelmente algum toque numa vértebra, pois queixava-se de dores.
A corrida foi duríssima por parte dos toiros de Prudêncio, havendo a registar lides muito esforçadas e de grande valor dos cavaleiros Luis Rouxinol Júnior, Joaquim Brito Paes e António Telles Filho (que foi o mais destacado) e também uma noite de grandes dificuldades, mas muito valor, para os grupos de forcados do Ribatejo, de Azambuja e de Coimbra.
Fotos D.R.


