Carlos Anjos, porta-voz e um dos rostos visíveis da petição de Moita Flores "Em Defesa da Festa Brava", apela neste texto para que no próximo dia 25 em Santarém alcancemos a estrondosa vitória de reunir 150 mil assinaturas! Todos não somos demais para conseguir essa vitória!
Em Agosto de 2010, um grupo de amigos,
quase todos aficionados, reagindo a uma ofensiva de uns quantos que queriam
acabar com a Festa Brava, entendeu que tinha de reagir a mais essa ofensiva.
Dessas conversas nasceu a ideia que viria a ser materializada naquele
fim-de-semana histórico para Festa que ocorreu em Outubro de 2010 em Santarém,
naquela que foi uma das mais importantes manifestações taurinas alguma vez
ocorridas, onde toureiros, ganadeiros, forcados, bandarilheiros, empresários,
directores de corrida, apoderados, veterinários, moços de arena, simples
aficionados, enfim, todo o povo taurino, juntou-se de forma graciosa e
manifestou o seu amor por esta tradição tão portuguesa. Logo ali, alcançamos
aquilo que pretendíamos; as 50.000 assinaturas, número nunca antes atingido,
num abaixo-assinado em defesa da Festa Brava. Mas o êxito foi tal, que quisemos
mais; quisemos chegar ao número mítico das 100.000, e demos como prazo para o
conseguir, Julho de 2011. Chegámos lá, e necessitamos de mais 50.000 assinaturas
para concretizar o novo número com que sonhamos. A nossa luta não é contra
ninguém; é antes uma luta pela liberdade, pela liberdade de podermos continuar
a vibrar com as nossas tradições, contra aqueles que de uma forma ditatorial
querem impor uma cultura dominante, do politicamente correcto, seja lá isso o
que for. Uma luta pela Tolerância, contra a arrogância daqueles que entendem
que todos devemos gostar das mesmas coisas, e que bons são apenas os seus
gostos e tradições. Por um modelo de cultura que respeite todos os valores de
um povo, o Português, sejam eles o futebol, o cinema, o fado, o folclore, as
corridas de touros, ou outro qualquer, contra aqueles que entendem que a
cultura não é o somatório das vivências de um povo ao longo da sua história,
mas sim os seus próprios valores, com os quais muito poucas pessoas se
identificam. Defendemos com a posição que tomamos muito mais do que a Festa
Brava; defendemos o orgulho na nossa gente, de todos os Portugueses, vivam eles
na cidade ou na mais pequena aldeia deste país. Defendemos uma coisa muito
simples; o Direito a gostarmos do que entendermos, no respeito pelos outros
seres humanos, concedendo-lhe exactamente o mesmo Direito. Não procuramos, nem
queremos impor nada a ninguém. Pretendemos apenas, neste país cada vez menos
soberano, que pelo menos não nos usurpem as nossas tradições.
É por tudo isso que precisamos de chegar
às 150.000 assinaturas. É por isso que temos a certeza que vamos conseguir
chegar lá, sem truques e sem mal tratar ninguém. Nunca ninguém viu os bárbaros
taurinos, a mal tratar os civilizados anti-taurinos. Nunca ninguém viu os
fundamentalistas taurinos a querer impor a sua vontade aos notáveis
democráticos anti-taurinos. Nunca ninguém viu os arrogantes mas incultos,
campónios e provincianos defensores da festa brava a vilipendiar, a ofender, a
ostracizar os cultos citadinos, paladinos na defesa das liberdades, à porta dos
recintos onde vão ocorrer os espectáculos de que gostam. Mas nós, já vimos
exactamente o contrário muitas vezes. A tudo isso respondemos sempre com
tolerância. Nós promovemos e defendemos a Liberdade. Concretizamos o objectivo
de chegar às 100.000 E é em defesa dessa Liberdade que perseguimos o sonho de
almejar essas 150.000 assinaturas.
Num momento em que perdemos quase tudo,
inclusive a soberania, não podemos permitir que nos privem também da nossa
cultura, das nossas tradições. Tenhamos em atenção, o lugar onde aqueles que
defendem essa supremacia cultural nos trouxeram. Não podemos deixar que isso
aconteça! Não vamos deixar isso acontecer.
Carlos Anjos
(Petição "Em Defesa da Festa Brava")
Foto João Dinis