Miguel Alvarenga - Da última vez que toureou por cá, ainda no reinado de Rui Bento e Paula Mattamouros no Campo Pequeno, num célebre mano-a-mano com Morante seguido de uma festa animadíssima na "Primorosa de Alvalade", as coisas não correram de feição por obra e graça da pequenez (protestada) dos toiros que saíram à arena da praça da capital...
Por isso havia quem levantasse algumas suspeitas ao que se iria passar em Santarém, onde o mesmo Manzanares toureava pela primeira vez - em Dia de Portugal - e estava anunciado com toiros espanhóis de Álvaro Nuñez (Cuvillo).
Verdade seja dita, não houve escândalo nenhum no que respeita aos toiros. Notou-se algum contraste entre os dois toiros de Nuñez e os muito bem apresentados toiros de Murteira Grave para as lides a cavalo. Mas os toiros espanhóis não pecaram por demasiada pequenez e não houve por isso qualquer protesto do conclave. A coisa andou sem problemas de maior. Mas também sem propriamente um triunfo.
O primeiro toiro de Álvaro Nuñez não tinha, de facto, uma presença assustadora. Não investiu para o capote e a muleta de Manzanares, não tinha qualidade e mesmo que a tivesse, certamente que a falta de trapio teria retirado brilhantismo à boa vontade do matador. Manzanares despachou-o num abrir e fechar de olhos.
O último toiro da corrida, segundo da ganadaria Nuñez, também tinha pouca cara e poucos cornos, como o primeiro, mas tinha um nadinha mais apresentação que o outro. E até serviu para Manzanares, sem espaventos, sem um brilhantismo por aí além, nos brindar com um arzinho da sua graça. Soube a pouco, mas esteve empenhado, entregou-se, foi honesto, não desiludiu, quis tourear.
Destacaram-se a bandarilhas (fotos em baixo) os bandarilheiros Juan José Trujillo e Diogo Vicente.
No final deu aplaudida volta à arena rodeado de miúdos que a todos deixaram uma importantíssima mensagem de alegria e de esperança num futuro assegurado para esta arte que tantos combatem sem a conhecer.
Fotos M. Alvarenga