sexta-feira, 26 de abril de 2013

Se os outros calam, contamos nós!

Fazem alguma falta os anti-taurinos quando os próprios (ditos) taurinos
passam a vida à estalada uns com os outros?...


Comparados com os (ditos) taurinos, os anti-taurinos são uns anjos - e eu cada vez mais os admiro. Lutam pelos seus ideais, que não são os meus - mas respeito. Têm o direito de não gostar de touradas. De dizer mal das touradas. De considerar que se trata de um espectáculo bárbaro. Mas têm o direito...

Em contrapartida, os (ditos) taurinos, em lugar de se unirem e transmitirem para o exterior uma imagem de força e coesão - andam todos permanentemente ao estalo. O meio taurino é uma espécie de Far-West sem rei nem roque. O recente exemplo - triste, lamentável - dado pela Associação de Forcados (que acabou por cavar bem funda a sua própria sepultura - como há muito se previa) é disso prova sintomática. Em lugar de unir, vetam, dividem, criam confusão. Desta vez, o tiro saíu-lhes pela culatra...

Como efeito desta guerra, depois de vetados pela Associação de Empresários, os forcados vão obrigatoriamente ficar divididos. Ou se voltam contra a Associação e furam o "veto" à "Gestoiro", passando a pegar para todas as empresas que, por sua vez, vetaram a Associação; ou ficam em casa, sem pegar. Virou-se, repito, o feitiço contra o feiticeiro...

Foi bom? Não. Claro que foi mau. Enquanto representante e defensora dos forcados, a Associação faz falta. Enquanto instrumento de destabilização, de divisão e de confusão, a Associação não faz falta nenhuma. Pode desaparecer, que ninguém lhe sentirá a falta. Mas é pena que os seus dirigentes não tenham tido, ao longo dos anos, cabeça e bom senso para levar o barco a bom porto. Pelo contrário, criaram tempestadas e causaram naufrágios. Lamentável...

Com gente desta no meio taurino, que falta fazem os anti-taurinos? Divertem, fazer barulho, agitam as hostes de quando em vez, tocam panelas à porta do Campo Pequeno... mas até hoje não conseguiram ainda fazer tão mal à Festa como lhe têm feito os seus próprios intervenientes. E isso é triste...

A batalha (perdida) dos forcados contra a empresa "Gestoiro" e a consequente guerra das empresas contra os forcados foi apenas e só um triste e lamentável episódio - perfeitamente dispensável e altamente prejudicial para o espectáculo tauromáquico...

Valeu a pena? Claro que não valeu. Veio mudar alguma coisa? Também não. Vão continuar a haver corridas de toiros e vão continuar a pegar os forcados. Para trás, ficará apenas uma imagem degradante de uma gente que não se entende, que passa a vida às cabeçadas e que em nada contribui para o engrandecimento e para a boa imagem de um espectáculo secular, tão enraizado nas tradições e na cultura de um povo que já perdeu tantos valores e se arrisca um dia destes a perder mais um...

Falta o quê para pôr isto na ordem? Faltam líderes, faltam cabeças - e falta, sobretudo, gente inteligente. O meio taurino está pejado de "xicos espertos" - e os "xicos espertos" foram sempre nefastos a qualquer actividade e em qualquer meio. Não servem. Não prestam. Querem mandar e liderar - mas falta-lhes cabeça para isso. Julgam-se o máximo e, no fim, não valem nada...

Nunca ninguém imaginou que a Associação de Empresários (a maior parte deles ex-forcados) tomasse a posição que tomou a batesse os pés da forma que os bateu à Associação de Forcados. Até aqui, os forcados reinaram a seu bel-prazer. Puseram e dispuseram, vetaram e expulsaram companheiros, vetaram empresas, foram "lei" contra a própria lei. Mais tarde ou mais cedo, isto havia de mudar. Mudou depois de os empresários, finalmente, terem saltado em defesa de uns associados (a "Gestoiro" dos Tendeiro) e terem encostado a Associação de Forcados à parede: ou levantava o "veto" ou ficava ela "vetada"... Ficou mesmo...

Lamentavelmente, a Associação de Forcados não cedeu. Manteve o "veto". Manteve o "orgulho". E com isso, provocou a sua queda, o seu fim. Desmoronou-se. E a seguir vai desmembrar-se. Valeu a pena? Não. Tiveram cabeça? Não. Foram inteligentes? Não o são...

Os patrocínios - legais, aceitáveis e, mais que isso, louváveis - foram discutidos na célebre reunião de empresários com forcados. Com alguma agitação pelo meio...

É tempo de acabar de uma vez por todas com estes "fantasmas". Será crime tentar ajudar ao sucesso de um espectáculo vendendo bilhetes na sua zona de intervenção. Será crime um empresário propor a um grupo de forcados ou mesmo a um toureiro que tente vender bilhetes na sua zona? Será crime uma empresa procurar angariar patrocínios? Não é deles que vivem os corredores de Fórmula 1, as equipas de futebol? Isso pode acontecer em todos os meios artísticos, menos nas touradas?...

José Luis Figueiredo, ex-forcado e ex-cabo, que participava na reunião da Associação de Empresários na qualidade, óbvia, de empresário, lembrou mesmo que há uns anos um cabo de um célebre grupo lhe propôs "retirar" outro grupo de uma corrida para entrar o seu... a troco de arranjar patrocínios... isso é que já não bate certo, verdade?...

A dado momento, o clima agitou-se com José Luis Gomes e Tendeiro a trocarem agitados mimos... O antigo cabo dos Forcados de Lisboa, também empresário, participava na assembleia-geral da Associação de Empresários em que se ia discutir o "veto" da Associação de Forcados (a cuja direcão pertence...) à empresa "Gestoiro". Perguntar não ofende: de que lado estava José Luis naquele momento? Do lado dos empresários (a cuja associação pertence) ou do lado dos forcados (a cuja direcção pertence)?...

Já agora, por que razão a empresa "Gestoiro" terá deixado de imprimir a sua publicidade na gráfica "dos forcados" (salvo seja), passando a fazê-lo em Espanha? Terá alguma coisa a ver com o facto de um ex-cabo ter uma sociedade com o boss dessa histórica gráfica?...

Em Espanha, no último fim-de-semana, embargado pelas Finanças o cachet de uma Figura do toureio luso. O camion dos cavalos também... e a carrinha de quadrilhas iden, iden, aspas, aspas...

Abel Correia assume, como se previa, o apoderamento de Miguel Moura, depois de João Pedro Bolota o ter deixado... sem explicações...

Por detrás da ruptura de Bolota com Miguel Moura podem estar - e estão, certamente - problemas relacionados com a contratação do Maestro João Moura, nomeadamente para Santarém (onde iria encabeçar o cartel da corrida de Junho e dar a alternativa a Mateus Prieto) e para Setúbal (para onde estava contratado para dia 3 de Agosto e se deixou depois contratar para o mesmo dia em Abiúl, "solicitando" a Bolota que antecipasse a corrida na praça "Carlos Relvas" para dia 2, ao que este não acedeu)...

João Maria Branco deverá mesmo fazer a apresentação como cavaleiro de alternativa, depois do doutoramento em Lisboa a 16 de Maio, na corrida de 1 de Junho em Portalegre, frente aos toiros de Murteira Grave. Estão super-adiantadas as negociações do empresário Henrique Gil com o apoderado do cavaleiro, Rui Bento...