quinta-feira, 21 de abril de 2016

Toninho Manso também põe os pontos nos iis: "Pôs-se o dedo em feridas que existem"

Toninho Manso (à direita, na foto) assistiu no sábado ao colóquio do
Fórum Nacional de Cultura Taurina e, tal como Joaquim Tapada (à
esquerda) veio a público desdramatizar o caso que está a criar tanta
e tão injustificada polémica. Em baixo, João Salgueiro

Toninho Manso, o muito aficionado presidente da Tertúlia S. João, de Alcochete, também presente no passado sábado no Campo Pequeno no colóquio sobre Toureio a Cavalo do Fórum Nacional de Cultura Taurina, insurge-se na sua página da rede social "Facebook" contra o que considera "o linchamento de João Salgueiro" e vem, tal como o fez Joaquim Tapada, colocar os pontos nos iis. Eis o seu texto, que aqui se reproduz com a devida vénia:


Com todo o gosto e com toda a minha afición, fui um dos participantes do Fórum organizado pelo Grupo Tauromáquico Sector 1, e depois de ler muito do que foi escrito em relação aquela manhã do dia 16 cheguei à conclusão que de tantas coisas que foram faladas de relevo para a tauromaquia nacional durante os cinco dias de duração deste Fórum, o que mais fez abalar as hostes foram as declarações de João Salgueiro e Duarte Pinto, é verdade estava um jornalista na sala e fez o que um jornalista deve fazer, escrever o que ouve ou o que vê. Essa é a sua missão.
É comum que num colóquio haja intervenção, e este não fugiu à regra, e quando o Dr. Paulo Pereira, que era o moderador, abriu aos participantes a oportunidade de dialogarem com os convidados, alguns dos presentes aproveitaram para serem esclarecidos sobre aspectos que em seu entender desvirtuavam a tauromaquia, e foi uma das pessoas presentes que disse que, sendo aficionada, lhe custava ver alguns cavalos a sangrar, quer por serretas, ou por esporas.
E foi neste contesto de resposta, que Duarte Pinto até apresentou um exemplo do seu próprio pai que usava uma rédea que servia. segundo ele próprio disse, de travão de mão para o ajudar.
O diálogo estava aberto falava-se de Tauromaquia e das suas envolventes, não se falava de culinária, uma puxa a outra, quando foi falado que não se podia acabar com tudo ao mesmo tempo, mas para que em defesa dos próprios cavalos, em defesa dos cavaleiros, e em defesa de todo o público pagante se deviam tomar directrizes até no próprio Regulamento, pois o mesmo é omisso em relação a normas que hoje são de extrema importância.
Bem, mas o que eu quero dizer é que talvez se tenha posto o dedo em feridas, que existem, mas que ninguém quer assumir, e quando alguém fala nestes assuntos é de tal maneira tabu que parece que é o fim do mundo, não é por isso que a tauromaquia sofre, por serem denunciadas coisas menos válidas, a tauromaquia sofre se estivermos todos a assobiar para o ar e nada fizermos para acabar com o que a pode desprestigiar. Um dia pode vir a ser tarde demais.

Toninho Manso

Fotos M. Alvarenga e Maria Mil-Homens/Arquivo