quinta-feira, 8 de março de 2012

Campo Pequeno: os que faltam...



Miguel Alvarenga - Anunciados que estão os primeiros cartéis do Campo Pequeno, há que reconhecer que, na maioria e mesmo os ainda incompletos, são atractivos e suficientemente bem montados para justificar as habituais enchentes (apesar da crise) e manter o "selo" de que a praça continua na moda.
Há que reconhecer também a preocupação de restituir a emoção com a presença de toiros de ganadarias de postín, casos das divisas de Palha, António Silva, Falé Filipe, Pinto Barreiros, Vinhas e Coimbra. Não foi mencionada na conferência de imprensa, penso (não consegui estar presente) a razão da ausência dos toiros de Murteira Grave.
Há que aplaudir a aposta da empresa em três dos jovens cavaleiros que mais se têm destacado nas últimas temporadas - Manuel Telles Bastos, Moura Caetano e Duarte Pinto - e que por fim chegam à primeira arena do país em posições mais destacadas do que até aqui, em cartéis onde lidarão dois toiros, depois de por lá terem passado apenas em corridas de seis ou quatro cavaleiros. São dignos merecedores destas oportunidades que a empresa este ano - muito bem - lhes decidiu conceder.
O cartel de abertura é aquele que se esperava e que o "Farpas" adiantara há cerca de dois meses. Houve alguma celeuma e muita especulação quanto ao terceiro cavaleiro. Cá para mim, há muito que Rui Bento se decidira por Rui Fernandes e o que se disse e se escreveu mais não foi que um "suspense" propositado e meditado que serviu, de alguma forma, para alimentar durante algumas semanas a curiosidade dos aficionados - e dos próprios críticos - em relação ao primeiro elenco da temporada. Boa estratégia, diga-se em abono da verdade.
No que respeita ao toureio a pé, há uma aposta declarada nas corridas mistas - o que é louvável. Contudo, além de Luis "Procuna" e da anunciada hipótese de Pedrito ou mesmo do novilheiro Manuel Dias Gomes (que também já merecia integrar um cartel "à séria", fora do usual elenco da novilhada), sobram nomes de toureiros espanhóis - David Mora, Ferrera e Fandiño já anunciados - e faltam diestros nacionais. Bem sei que não há muitos, que além do Maestro Vitor Mendes (que deve vir no ano do 120º aniversário da praça), dos possíveis regressos do próprio Rui Bento e de José Luis GonçalvesNuno Casquinha e António João Ferreira já estiveram mais que uma vez no "novo" Campo Pequeno, mas talvez fosse a hora de apresentar um matador que ainda ali não toureou desde que recebeu a alternativa, o Sérgio Santos "Parrita" (foto ao lado). Porque não? Não tenho "procuração" dele. Mas como é valente, bandarilha (vi-o triunfar com força em Albufeira há dois anos), acredito que seja capaz de "alvoraçar" o público lisboeta.
A cavalo, falta saber se Ventura vem ou não. Não está anunciado João Salgueiro nem o filho. Nem Filipe Gonçalves. O "furacão algarvio" também já merecia, pelo destaque conquistado nas últimas temporadas, vir a Lisboa numa corrida de postín. E também ainda não foi falado o nome de João Ribeiro Telles - que certamente merece e terá que estar no abono do Campo Pequeno. E de alguns novos que merecem vir: casos de Miguel Moura (que se diz já vir de casaca em Agosto), do promissor praticante João Maria Branco e da jovem reaparecida Isabel Ramos.
Falta ainda anunciar os cartéis da segunda metade da temporada. Fala-se na possibilidade de vir José Tomás. E na mais que oportuna apresentação do heróico Padilla. Esperemos que a empresa nos surpreenda pela positiva com a "segunda tranche" de elencos, tal como nos surpreendeu hoje com a primeira.

Fotos D.R.