segunda-feira, 19 de março de 2012

Dia do Pai: lembrando o exemplo de Emídio Pinto



Miguel Alvarenga - No Dia do Pai (dia em que fazia anos o saudoso e meu querido amigo Manuel Gonçalves), presto aqui homenagem a todos os Pais dos toureiros, personificando-o, sem desprimor para nenhum, na figura que guardo ainda hoje como maior referência nesse difícil e nem sempre bem representado papel de ser Pai de quem joga a sua vida numa arena.
Emídio Matias Pinto, Pai do Maestro Emídio Pinto e avô dos primos cavaleiros Duarte e Tomás Pinto, marcou de forma exemplar e com uma dignidade tremenda o seu papel de progenitor de um toureiro. Sempre na sombra, nunca procurou nos toiros o protagonismo de que não precisava sequer. Considerado o melhor guarda-redes do mundo de hóquei em patins e um dos melhores de todos os tempos, foi capitão da equipa do Clube Desportivo de Paço de Arcos e da Selecção Nacional Portuguesa, sendo 95 vezes internacional e sagrando-se Campeão do Mundo em 1947, 1948, 1949, 1950 e 1952 e também Campeão da Europa nos mesmos anos. Mais tarde, como seleccionador nacional, levou Portugal à conquista do Campeonato do Mundo.
No mundo dos toiros, que não era o seu, mas onde seguiu e apoiou a carreira de seu filho, era um homem discreto, jamais se intrometendo no que quer que fosse. Assistia por norma às corridas na última fila da bancada, dando o exemplo do que deve ser e como deve ser o Pai de um Toureiro!
Deixou-nos em 24 de Setembro de 1982, mas deixou também uma saudade enorme em todos os que consigo tiveram a honra de privar. Pela sua postura, pela sua simplicidade, pela sua primorosa e delicada educação - pelo exemplo que nos deu e que ainda hoje, repito, guardo como referência. A maior de todas.

Foto D.R.