Miguel Alvarenga - No Dia do Pai (dia em
que fazia anos o saudoso e meu querido amigo Manuel Gonçalves), presto aqui
homenagem a todos os Pais dos toureiros, personificando-o, sem desprimor para
nenhum, na figura que guardo ainda hoje como maior referência nesse difícil e
nem sempre bem representado papel de ser Pai de quem joga a sua vida numa
arena.
Emídio Matias Pinto, Pai do Maestro
Emídio Pinto e avô dos primos cavaleiros Duarte e Tomás Pinto, marcou de forma
exemplar e com uma dignidade tremenda o seu papel de progenitor de um toureiro.
Sempre na sombra, nunca procurou nos toiros o protagonismo de que não precisava
sequer. Considerado o melhor guarda-redes do mundo de hóquei em patins e um dos
melhores de todos os tempos, foi capitão da equipa do Clube Desportivo de Paço
de Arcos e da Selecção Nacional Portuguesa, sendo 95 vezes internacional e
sagrando-se Campeão do Mundo em 1947, 1948, 1949, 1950 e 1952 e também Campeão
da Europa nos mesmos anos. Mais tarde, como seleccionador nacional, levou Portugal
à conquista do Campeonato do Mundo.
No mundo dos toiros, que não era o seu,
mas onde seguiu e apoiou a carreira de seu filho, era um homem discreto, jamais
se intrometendo no que quer que fosse. Assistia por norma às corridas na última
fila da bancada, dando o exemplo do que deve ser e como deve ser o Pai de um
Toureiro!
Deixou-nos em 24 de
Setembro de 1982, mas deixou também uma saudade enorme em todos os que consigo
tiveram a honra de privar. Pela sua postura, pela sua simplicidade, pela sua
primorosa e delicada educação - pelo exemplo que nos deu e que ainda hoje,
repito, guardo como referência. A maior de todas.Foto D.R.