sexta-feira, 11 de agosto de 2017

José Falcão morreu há 43 anos na Monumental de Barcelona

O momento da colhida fatal na Monumental de Barcelona a 11 de Agosto do
ano de 1974
José Falcão era, ao tempo da sua morte, o mais emblemático matador de toiros
português em Espanha
A alternativa em 23 de Junho de 1968 na Monumental de Badajoz.
Paco Camino foi o padrinho e "Paquirri" a testemunha
4 de Agosto de 1974 na praça da Figueira da Foz, mano-a-mano com Ricardo
Chibanga. A última corrida de José Falcão em Portugal, uma semana antes da
tragédia em Barcelona. Tinha 30 anos



O matador de toiros José Falcão morreu há 43 anos, colhido na Monumental de Barcelona pelo toiro "Cuchareto", número 12, de 506 quilos, da ganadaria de Hoyo de la Gitana.
Natural de Povos (Vila Franca de Xira), tinha 30 anos no dia em que morreu (11 de Agosto de 1974).
Oito dias antes (domingo, 4 de Agosto) toureara com Ricardo Chibanga na praça da Figueira da Foz (fotos de cima e do lado), sua derradeira actuação em Portugal, onde em Junho desse mesma ano estoqueara um toiro no Campo Pequeno, em corrida onde alternou com o mítico Curro Romero.
Novilheiro imparável, formando histórica parelha com o eborense Óscar Rosmano, Falcão teve ascensão notável e era, ao tempo, um dos mais emblemáticos representantes do toureio português em Espanha.
Recebera a alternativa a 23 de Junho de 1968 na Feira de Badajoz, apadrinhado por Paco Camino na presença de Francisco Rivera “Paquirri".
José Falcão sofreu a grave cornada na femoral quando batiam as sete menos dez da tarde de 11 de Agosto do ano da nossa "revolução". Alternava nessa corrida em Barcelona com os matadores Manolo Cortés e Paco Bautista e com o rejoneador Álvaro Domecq. Foi este quem primeiro saltou à arena a acudir o matador português, procurando estagnar-lhe com a mão a tremenda hemorrogia no caminho que decorreu entre a arena e a enfermaria. Mal o deitaram na mesa de operações, José Falcão dirigiu estas palavras ao famoso cavaleiro: "Gracias, Álvaro, muchas gracias". Estava consciente da gravidade da cornada. Depois virou-se para o Dr. Olivé, que se preparava para o operar e pediu: "Doutor, duérmame" (adormeça-me). E adormeceu para sempre. Morreu às onze horas e dez minutos dessa noite.
Casara no Inverno anterior e não chegou a conhecer a filha, que nasceria poucos meses depois da tragédia. Inicialmente sepultado em Barcelona, o corpo de José Falcão foi trasladado anos mais tarde para o cemitério de Vila Franca de Xira, onde repousa em paz.

Fotos D.R., Chapresto e João Carlos D'Alvarenga