sexta-feira, 9 de março de 2018

Miguel Alvarenga: a análise detalhada aos cartéis do Campo Pequeno

Está de parabéns a dupla de sucesso que gere o Campo Pequeno - Rui Bento
e a Drª Paula Mattamouros Resende - pela mais consistente e mais bem montada
temporada dos últimos anos, que Miguel Alvarenga (na foto de baixo, com o
regressado João Ribeiro Telles) aqui analisa em pormenor


Faltam só apresentar três cartéis e este foi o ano em que a empresa do Campo Pequeno mais se adiantou na divulgação de quase todos os elencos de uma temporada que é verdadeiramente de sonho e vincadamente "torista" e em que cada corrida é um acontecimento apelativo e de máximo interesse. Diria mesmo que estes são os cartéis mais consistentes e mais fortes de sempre e que a temporada ultrapassa mesmo, em qualidade, a do 125º aniversário da inauguração da praça. 

Miguel Alvarenga - Um dia depois de Madrid ter oficializado os cartéis da Isidrada, Lisboa apresentou ontem a quase totalidade dos cartéis que compõem a sua temporada numa cerimónia que contou com a presença da esmagadora maioria dos toureiros, forcados e ganadeiros que a vão integrar e que teve lugar ao final da tarde na arena da praça de toiros do Campo Pequeno.
Pela primeira vez, Rui Bento foi ontem muito mais contido e muito mais comedido, pouco ou nada referindo no que respeita às ausências de toureiros que foram contactados e que, por este ou aquele motivo, declinaram estar na temporada do Campo Pequeno. Referiu apenas as ausências de Diego Ventura (uma vez mais...), que exigiu tourear seis toiros a 19 de Julho, mas cujo tratamento com a empresa foi "cinco estrelas", referiu, estando ainda em aberto a possibilidade de vir a integrar um dos cartéis ainda não rematados (em Setembro); e a do matador Manuel Dias Gomes, que não quis estar na corrida mista de 2 de Agosto.
É óbvio que Ventura faz falta ao Campo Pequeno e que o Campo Pequeno também está a fazer falta a Ventura (como Valência, como Castellón e como Sevilha, onde não está anunciado), mas a insistência na corrida de seis toiros parece-me algo descabida. Apesar do tremendo valor do rejoneador, considero que as corridas de seis toiros para um só toureiro são monótonas e maçadoras. Preferia vê-lo em Lisboa numa noite de forte competição com mais dois cavaleiros ou até mesmo num mano-a-mano com uma das nossas primeiras figuras.
Quanto ao matador Manuel Dias Gomes, reconheço que depois de triunfar como triunfou em Setembro do ano passado com "Finito" e Padilla, merecia estar em Lisboa num cartel mais mediático e mais interessante do que aquele que lhe foi proposto e, por isso, entendo, embora lamente, a sua recusa. E espero que ainda haja um volte-face e que o Manuel possa estar no Campo Pequeno, por exemplo, em Setembro na noite de despedida de Padilla. Merece.
O caso de Vitor Ribeiro foi completamente ignorado na conferência de imprensa de ontem - o que estranhei. O cavaleiro, ausente das arenas nacionais há dois anos, estava posto na corrida de 17 de Maio, com António Telles e Pablo Hermoso, para fazer a sua reaparição - um cartel em que qualquer toureiro desejaria estar. Na véspera da apresentação dos elencos, terá havido, ao que sei, a discordância do toureiro no que se refere a questões monetárias e saíu. Ontem, Rui Bento referiu o cartel de 17 de Maio (onde entrou muito merecidamente Moura Caetano) sem fazer a mínima alusão à saída de Ribeiro. E ninguém também o questionou sobre isso...
... da mesma forma que ninguém quis saber as razões por que Marcos Bastinhas, que também não toureou em Lisboa no ano passado, não apareceu anunciado nos cartéis que ontem foram divulgados. Sei que foi contactado para tourear na Corrida do Emigrante e que não quis vir. 
Resumindo, Vitor Ribeiro e Marcos Bastinhas não estão na temporada de Lisboa, pelo menos para já, mas isso não causou qualquer admiração aos abonados e aos jornalistas que ontem estiveram no Campo Pequeno. Não deixa de ser estranho tamanho desinteresse...
Foram anunciados 25 grupos de forcados, praticamente metade dos que fazem parte da Associação Nacional de Grupos de Forcados. Concordo que é uma excelente oportunidade que a empresa concede a todos esses grupos, mas, sinceramente, preferia ver os mais consagrados repetidos e a virem mais vezes a Lisboa. Faltam só anunciar três cartéis e num deles já estão anunciados dois grupos, o que significa que já só existem duas corridas por rematar, o que vai impossibilitar os grupos de forcados mais famosos de virem ao Campo Pequeno uma segunda vez.
Lamento a ausência do Grupo de Forcados Amadores do Aposento do Barrete Verde de Alcochete, depois da grande pega de Diogo Amaro, que saíu em ombros no ano passado e do pegão do cabo Marcelo Lóia há três anos na Corrida TV - mas como Rui Bento também ontem teve o cuidado de frisar, o grupo não está esquecido, assim como o de Beja, e poderá estar presente numa das corridas que falta anunciar. Merecem-no.
Antes de passar à análise detalhada dos cartéis, o meu aplauso para a sentida recordação do nosso querido amigo António Manuel Cardoso "Nené", feita ontem por Rui Bento no início da conferência de imprensa; e para as imagens do canal Campo Pequeno TV recordando os melhores momentos da última temporada, bem como para as curtas entrevistas aos principais ganadeiros que este ano lidarão os seus toiros na primeira arena de Portugal, igualmente exibidas no ínicio da cerimónia de apresentação oficial da temporada.

Os cartéis - um a um

- 5 de Abril (corrida à portuguesa), inauguração da temporada: Cavaleiros: Rui FernandesJoão Moura Jr. e João Telles Jr. Forcados Amadores de Santarém e de Montemor. 6 Toiros de António Silva - É um elenco apelativo, de alta competição, com uma ganadaria dura e das que pedem contas e é também a primeira vez que estes três cavaleiros vêm juntos ao Campo Pequeno, estando também anunciados para a Feira de Santo Isidro em Madrid, facto que acresce de significado esta primeira corrida do ano em Lisboa. A empresa apostou nos toureiros em que depois Madrid também apostou. No que aos forcados diz respeito, não são precisos comentários. Estão em praça dois dos melhores grupos de sempre. Para abrir a temporada, creio que melhor era impossível.

- 28 de Abril (Sábado, novilhada de oportunidade a novo valores, integrada no IV Certame de Novilhadas das Escolas Taurinas). Cavaleiros-praticantes: António PratesSoraia Costa e Ricardo Cravidão. Novilheiros-praticantes: Sérgio NunesJoão d’AlvaLuis SilvaRui Jardim. Forcados Amadores da MoitaTertúlia Tauromáquica do Montijo e Arruda dos Vinhos. Novilhos de várias ganadarias - Noite de oportunidade aos novos valores, com a novidade de a novilhada se efectuar num sábado à noite, fugindo à tradição dos festejos à quinta-feira. Acredito que pode resultar, para mais sendo antecedida, à tarde, de um treino público e comentado dos Forcados de Lisboa e de uma exibição dos alunos da Academia de Toureio. O elenco está muito bem montado, dá oportunidade a dois dos mais promissores cavaleiros de se estrearem em Lisboa (Prates e Cravidão) e repete Soraia Costa, que foi a triunfadora da novilhada do ano passado. A pé, vêm quatro dos mais destacados novilheiros da actualidade e no campo da forcadagem, dá-se oportunidade a três grupos de valor que há alguns anos não se apresentavam na praça da capital.

- 17 de Maio (corrida à portuguesa. 12º Aniversário da Reinauguração do Campo Pequeno): Cavaleiros António Ribeiro TellesPablo Hermoso de Mendoza e João Moura Caetano. Forcados Amadores de Lisboa e de Coruche. Toiros de David Ribeiro Telles - Corrida para esgotar o Campo Pequeno, com o atractivo principal da sempre desejada presença de Pablo Hermoso de Mendoza com António Ribeiro Telles, que foi um dos mais destacados triunfadores da temporada passada em Lisboa e com a mais que merecida inclusão de João Moura Caetano, depois da sua memorável actuação na gala que encerrou a última época. Era o cavaleiro certo para estar nesta competição com Telles e Hermoso. Dois bons grupos de forcados e um curro de Ribeiro Telles para assegurar, à partida, uma noite de magia e de apoteose do toureio a cavalo.

- 7 de Junho (Comemoração dos 40 anos de alternativa de João Moura. Corrida Mista). Cavaleiros: João MouraJoão Moura Jr. e Miguel Moura. Novilheiro João Augusto Moura. Forcados Amadores de PortalegreMonforte e Arronches. 3 toiros de Manuel Coimbra, 3 de Romão Tenório e um novilho da Torre d’Onofre - Por tudo o que João Moura significou e significa para a História do toureio mundial, esta é a grande noite da temporada lisboeta, em que comemorará oa seus 40 anos de alternativa - e de glória. Embora não sendo novidade, o facto de se reatar a Corrida de Família tem nesta corrida um significado também muito especial. João Moura vem ao Campo Pequeno festejar os seus 40 anos de glória ao lado dos filhos e do sobrinho, com três grupos de forcados do seu Alentejo e com toiros de uma ganadaria "torista" (Coimbra) e de outra mais apropriada ao estilo de arte do toureio mourista (Romão Tenório). É um cartel memorável e com tudo para esgotar o Campo Pequeno - João Moura merece-o! A Drª Paula Resende, Administradora da empresa, realçou-o como o cartel que mais desejava desde que está à frente (em boa hora!) dos destinos do Campo Pequeno. Os aficionados também, certamente.

- 21 de Junho (Corrida à portuguesa, fora de Abono): Cavaleiros Marco JoséGilberto FilipeGonçalo Fernandes (confirma a alternativa); Marcelo MendesParreirita Cigano e Verónica Cabaço. Forcados Amadores de CoimbraMonsaraz e Cartaxo.  Toiros de Veiga Teixeira - É a corrida extra-abono que alguns cavaleiros acharam "fraca" e se recusaram a integrar. Para mim, é uma iniciativa louvável da empresa dando oportunidade a toureiros que raramente, ou nunca, estiveram no Campo Pequeno e que podem de uma vez afirmar-se e ganhar mesmo um posto num dos poucos cartéis que ainda não estão montados. Parreirita Cigano é, neste contexto, o único dos seis que se encontrará num patamar de maior evidência, sobretudo depois da sua triunfal alternativa no último ano nesta praça e o facto de ter aceite entrar nesta corrida demonstra a sua humildade e a sua vontade de ser figura, facto que Rui Bento muito bem frisou e agradeceu, bem como ao seu apoderado João Duarte. A "aventura" de virem a Lisboa defrontar toiros de uma das mais sérias e mais temidas ganadarias (Veiga Teixeira) é, à partida, um gesto a louvar aos seus cavaleiros que compõem este elenco e aos três grupos de forcados que também o integram, espécie de "tudo ou nada". Louvo em particular, até porque estão menos rodados e por isso mesmo menos experientes, o facto de Gonçalo Fernandes (que confirma a alternativa) e da valemnte Verónica Cabaço terem aceite vir ao Campo Pequeno nesta corrida e com estes toiros. No caso da jovem cavaleira, faz-me lembrar a célebre noite, também de seis cavaleiros, em que Ana Batista, ainda miúda e em início de carreira, se lançou em definitivo em Lisboa numa corrida dura de Maria do Carmo Palha. Por tudo o que acarreta - sobretudo a vontade de afirmação dos cavaleiros e grupos de forcados que aceitaram estar neste cartel e a prometida emoção que vão dar os toiros de Veiga Teixeira - acredito que, apesar de menos apelativa pela ausência de primeiras figuras, esta corrida pode ser uma das mais interesantes e mais surpreendentes da temporada.

- 5 de Julho (Extraordinária corrida mista): Cavaleiro João Teles Jr. Matadores: Morante de la Puebla e José Maria Manzanares. Forcados Amadores do Aposento da Chamusca. Toiros de Paulo Caetano - Mal estará a nossa Festa e pior estará a nossa aficion se esta corrida não esgotar o Campo Pequeno. É um cartel do outro mundo, que dispensa qualquer tipo de comentários e que é digno de qualquer primeira praça de toiros do mundo. João Telles, que no ano passado não veio a Lisboa, regressa na corrida inaugural da temporada e repete nesta, sendo, na verdade, um dos poucos cavaleiros que tinha cabimento para ombrear neste elenco com duas das maiores figuras do toureio mundial, Morante e Manzanares - com a particularidade, ontem mesmo enaltecida por Rui Bento, de terem aceite vir tourear toiros de uma ganadaria portuguesa - a de Paulo Caetano, uma das preferidas das figuras e uma das que maior garantias dá, à partida, para uma noite de sonho com as pinceladas de arte de Telles, de Morante e de Manzanares. Merecida também, sem dúvida, a inclusão dos valorosos Forcados do Aposento da Chamusca neste que é um dos cartéis-estrela da temporada lisboeta.

- 19 de Julho (Corrida à portuguesa, Concurso de Pegas). Cavaleiros: Luis RouxinolFilipe Gonçalves e Francisco Palha. Forcados Amadores do Ribatejo, Amadores da Chamusca e Amadores de Cascais. Toiros de Pinto Barreiros - O tradicional Concurso de Pegas disputado por três grupos de valor, o regresso da ganadaria Pinto Barreiros e um trio de cavaleiros de valor e de alta competição torna interessante este elenco, mais vulgar que os anteriores, mas que não deixa por isso de nos fazer antever uma noite emotiva e de enorme fulgor. Rouxinol é uma primeiríssima figura, Filipe Gonçalves um dos cavaleiros que mais tem evoluído nos últimos anos à custa do seu grande valor e Francisco Palha é um jovem que nas últimas duas temporadas deu importantes passos em frente.

- 2 de Agosto (Sensacional corrida mista). Cavaleiras: Sónia Matias e Ana Batista. Matadores: António João Ferreira e Nuno Casquinha. Forcados Amadores das Caldas da Rainha. Toiros de São Torcato - Não partilho minimamente da opinião de alguns que já fizeram correr que este se tratava do cartel mais fraco do Abono lisboeta. Agosto, pela ausência de público na capital (a banhos no Algarve nesta altura do ano), é hoje em dia um dos meses mais fracos para a Festa, ao contrário do que acontecia antigamente e em que esta primeira quinta-feira do mês era precisamente a noite escolhida para a realização da célebre Corrida da Rádio e anteriormente da Corrida da Imprensa, que esgotavam o Campo Pequeno. Sónia e Ana dão sempre um toque apelativo pela sua graça feminina e pela sua raça de grandes toureiras. E aqui poderemos tirar a prova dos nove ao apoio dos aficionados aos seus matadores. Vamos ver, de uma vez por todas, se é verdade - ou se afinal é só conversa - que temos e devemos mesmo estar ao lado dos nossos matadores de toiros, se apoiamos ou não o ressurgimento do nosso toureio a pé e se, afinal de contas, ainda há por aqui verdadeiros entusiastas do toureio a pé. António João Ferreira, um excelente matador a quem são dadas pouquíssimas oportunidades; e Nuno Casquinha, um toureiro de um valor enorme que tem andado a lutar, com toda a dignidade e todo o valor, lá por fora (Espanha e Perú) merecem por inteiro que os vamos apoiar nesta noite. É uma incógnita adivinhar se esta corrida vai ter gente - mas deveria ter. Vamos testar, de uma vez por todas, se há ou não há aficionados ao nosso toureio a pé.

- 9 de Agosto (Corrida à portuguesa, Corrida do Emigrante): Cavaleiros: Rui SalvadorBrito PaesManuel Telles BastosDuarte PintoAndrés Romero (rejoneador, que confirmará a alternativa) e David Gomes (que confirmará a alternativa). Forcados: Real Grupo de Forcados Amadores de Moura, Amadores do Montijo e Amadores de Turlock. Toiros de Vale do Sorraia - Cartel com estilos para todos os gostos, bem montado, bem rematado, com toiros de uma ganadaria dura e séria (Vale Sorraia) e um elenco atractivo, com a particularidade de, pela primeira vez, haver duas confirmações de alternativas, a de Andrés Romero, a nova estrela do rejoneio espanhol, que este ano estará também nas feiras de Sevilha e de Madrid e que por certo vai surpreender no Campo Pequeno; e a de David Gomes, promissor cavaleiro já com méritos confirmados e que vai receber a alternativa a 6 de Maio em Vila Franca. O veterano Rui Salvador (que nesta noite cumpre mais um aniversário da sua alternativa) e mais três jovens cavaleiros de créditos firmados, Brito Paes, Manuel Telles Bastos e Duarte Pinto completam este cartel que promete ser uma noite emotiva. Três bons grupos de forcados, os de Moura, os do Montijo e os de Turlock (Califórnia), que voltam a Lisboa por mérito próprio e depois de já aqui terem triunfado nos últimos anos. A homenagem aos emigrantes é outra mais valia para que o Campo Pequeno tenha nesta noite uma forte afluência de público nas bancadas.

- 23 ou 24 de Agosto (Magnífica corrida de toiros). Cartel em aberto). Forcados Amadores de Vila Franca de Aposento da Moita. Toiros de Murteira Grave - Cartel por rematar, mas que conta, já à partida, com os fortíssimos aliciantes das presenças dos toiros da triunfadora ganadaria de Murteira Grave e de dois grupos de forcados consagrados, os de Vila Franca e os do Aposento da Moita. Esta corrida pode realizar-se na quinta-feira, dia 23 ou na sexta, 24. Pode ser a tradicional Corrida RTP (ainda não confirmado) e pode ser também um cartel misto com a inclusão de Juan José Padilla a fazer a sua despedida do público português.

- 6 de Setembro (Corrida à portuguesa. Comemoração dos 20 anos de alternativa de Rui Fernandes). Cavaleiros: João MouraPablo Hermoso de Mendoza Rui Fernandes. Forcados Amadores de Évora e de Alcochete. 6 toiros de uma ganadaria a anunciar - Outra corrida para esgotar o Campo Pequeno, com as duas maiores figuras mundiais, João Moura e Pablo Hermoso e a comemoração dos 20 anos de alternativa de um dos mais marcantes cavaleiros da última geração, Rui Fernandes, com a particularidade de aqui os assinalar acompanhado precisamente dos dois cavaleiros que há duas décadas apadrinharam nesta praça, antes das obras, a sua passagem à categoria de cavaleiro profissional, onde se veio a destacar como um dos primeiros. Também aqui dois dos melhores grupos de forcados nacionais, Évora e Alcochete, faltando apenas anunciar os toiros.

- 20 de Setembro - Grande corrida de toiros, com cartel a anunciar;

- 11 de Outubro - Corrida de Gala à Antiga Portuguesa para encerramento do Abono. Cartel a anunciar.

Fotos Maria Mil-Homens