Cumprem-se hoje 20 anos. 12 de Setembro de 2001. Pedrito de Portugal estoqueou na Moita o toiro "Tramado", último da corrida que nessa noite se realizou na carismática praça "Daniel do Nascimento" e que pertencia à ganadaria de Herdeiros de Conde Cabral. Era o toiro sobrero, já que saira congestionado o sexto da noite e acabou por recolher aos currais.
A praça da Moita era ao tempo gerida pelos empresários Inácio Ramos e António Luis Raimundo. Na véspera (11 de Setembro, dia do atentado em Nova Iorque) tinham toureado mano-a-mano, ainda novilheiros, os dois promissores toureiros da Escola da Moita, Luis "Procuna" e Nuno "Velásquez".
A estocada tinha sido "delineada" meses antes pelo então apoderado do matador de toiros, o inesquecível Fernando Camacho, e tinha por objectivo relançar a carreira de Pedrito de Portugal, que ao tempo estava "na sombra".
Apesar da apoteose que se viveu na praça, a morte do toiro não teve ao tempo a projecção que Camacho lhe pretendia dar. Na véspera tinha ocorrido o atentado às Torres Gémeas em Nova Iorque, as televisões e os jornais não falavam de outra coisa e apesar da noite de euforia que se viveu na praça de toiros da Moita, a programada estocada de Pedrito não teve o impacto que se desejava e as televisões deram-lhe pouco destaque. Foi apagada por Bin Laden...
Dois anos depois, em Julho de 2003, a juíza Sandra Conceição, do Tribunal da Moita, condenou Pedrito de Portugal ao pagamento de uma coima de 20 mil contos (99.959,58 euros). O toureiro foi defendido em tribunal pelo Dr. Varela de Matos e entre as várias testemunhas de defesa contavam-se Pedro Santana Lopes, o fadista Nuno da Câmara Pereira e o jornalista Miguel Alvarenga.
Fotos D.R.