Maurício Vale - Olhar o mar… olhar, cá debaixo, o Sítio lá de cima... Ir lá acima, ao próprio Sítio, passando pela Praça dos sonhos… Espreitar aquela ponta que se fez Fé e Milagre… Admirar o mar, nas voltas ritmadas e valorosas das suas ondas… Recordar que foi ali que se fizeram os valores maiores das gentes da Nazaré… Admirar a Pederneira, principio primeiro da mística que desabrochou na Praia da Nazaré...
Areia da praia a fazer lembrar a arena da praça... E as ondas, que são desafios aos humanos, como os outros humanos que se põem diante dos toiros...
Na Praça tudo isto se conjuga! E há uma sonoridade contagiante… as Bandas de Música e as vozes e gritos e olés e ovações de entusiasmo fantástico e até os protestos maiores perante o que a Nazaré não aceita na arena: ser vencido pelo medo! E também o toiro de grandes virtudes e mensagens não perdoa… tal como não perdoa o mar...
Talvez um dia alinhe uns rabiscos de memórias minhas que a Nazaré me permitiu, a partir do sortilégio vivido em Tauromaquia!
Se há uma Praça de Toiros mais verdadeira, em Portugal, da arena à bancada, essa é a da Nazaré!
Exigem e aclamam os artistas com sons de paixão e entrega e de Fé na Nossa Senhora dos Aflitos!
Os triunfos nesta praça fazem vibrar almas e corações, de portugueses e estrangeiros, que levam mundo fora a glória épica das belezas do toureio a cavalo, das pegas e do toureio a pé!
Nazaré, também aqui, vale a pena! Porque lá se triunfa com alma e se diz que é Alma Nazarena!…
Foto D.R.