domingo, 21 de agosto de 2022

Santarém e Montemor: as 6 pegas dos eternos "rivais" ontem em Tomar

Miguel Alvarenga - Na noite de homenagem ao grande Forcado Fernando Hilário (foto de cima), ontem em Tomar (segunda e última corrida da temporada na cidade dos Templários), pegaram os grupos de Santarém e Montemor, há anos a protagonizar uma saudável rivalidade nas arenas (um verdadeiro "derby" de Forcados sempre que se encontram), respectivamente capitaneados por João Grave (filho do antigo forcado do grupo João Grave, sobrinho do também recordado forcado Joaquim Grave e do ex-cabo Carlos Grave) e António Cortes Pena Monteiro (sobrinho do saudoso cabo José Maria Cortes e neto do histórico cabo João Cortes), dois grupos cujas jaquetas o homenageado honrou ao longo da sua gloriosa trajectória, em que passou também pelos grupos do Colégio Nun'Alvares de Tomar (comandado por Manuel Faia) e de Lisboa (chefiado por Nuno Salvação Barreto), tendo terminado a sua carreira como cabo dos Amadores Lusitanos, que ele próprio fundou.

À excepção da quarta, a cargo de João Calisto, de Montemor, consumada à quinta tentativa a um toiro manso, complicado e de más intenções da ganadaria de Paulo Caetano, as pegas da noite de ontem não tiveram dificuldades de maior, sendo a mais emotiva a segunda, com o valente José Maria Marques (Grupo de Montemor) na cara, a aguentar uma carga forte do toiro (também de Paulo Caetano), que se desviou do grupo, sem nunca sair, fechado à barbela, com uma ajuda magistral de António Cecílio, até os companheiros chegarem (pega brindada ao antigo forcado do grupo António Corrêa de Sá). Por Montemor, pegou ainda o sexto toiro, muito bem, José Maria Cortes Pena Monteiro, forcado de valor e raça, irmão do cabo.

Aplausos para o valente e multifacetado Francisco Maria Borges, que ontem rabejou excepcionalmente os toiros do grupo de Montemor, por ausência do rabejador-mor Francisco Godinho

Pelos de Santarém, grupo cabeça de cartaz, foram caras Francisco Cabaço (primeiro toiro da corrida, único da ganadaria Romão Tenório), bem a recuar e a receber, fechando-se com decisão ao primeiro intento; e António Queiroz e Mello (terceiro toiro da noite, de Paulo Caetano), também muito bem, o toiro nada complicou nem derrotou, concretizando à primeira e com os companheiros a ajudar como mandam as regras.

O quinto toiro da corrida, outro exemplar de Caetano, foi pegado de cernelha por Miguel Tavares e pelo rabejador João Romão, ao primeiro intento. Uma sorte de pegar que vai sendo rara, mas que estes dois grupos algumas vezes interpretam, fazendo jus à tradição dos grandes cernelheiros que tiveram - honrando as históricas parelhas formadas por Ricardo Rhodes Sérgio e Jorge Duque (Santarém) e por António José Zuzarte e Simão Comenda (Montemor).

Fique agora com as sequências das seis pegas de Tomar. Ontem nem sempre foi fácil fotografar, tal a poeirada que andava pelo ar na primeira parte da corrida. 

Segundo o empresário João Pedro Bolota, a arena fora regada durante a tarde... o que aconteceu depois, foi uma daquelas coisas estranhas que por cá acontecem de quando em vez e ninguém chega a entender...

Fotos M. Alvarenga








Francisco Cabaço esteve muito bem na cara do toiro e fechou-se
com decisão e o Grupo de Santarém ajudou na perfeição. A
primeira pega da noite, ao único toiro de Romão Tenório,
brindada a Fernando Hilário, ficou consumada ao primeiro intento












O valoroso José Maria Marques (Montemor) brindou a segunda
pega da noite, a um belíssimo toiro de Paulo Caetano, ao
antigo forcado António Corrêa de Sá e consumou a mais emotiva
pega da corrida aguentando uma carga enorme e a fuga do
toiro ao grupo, com uma ajuda magistral de António Cecílio.
Pega concretizada à primeira







Boa pega de António Queiroz e Mello ao terceiro toiro da noite,
que investiu pelo seu caminho sem complicar e sem derrotar.
Grupo de Santarém bem a ajudar, pega feita à primeira





















Manso, complicado, com "gatos na barriga" e a ensarilhar, o
quarto toiro de Caetano não foi fácil para os Amadores de
Montemor. Na cara esteve João Calisto, valente como as 
armas, em quatro tentativas falhadas (a quarta quase foi
perfeita, mas o forcado não ficou na cara, foi lá colocado e
por isso repetiram), concretizando ao quinto intento




Miguel Tavares e João Romão (Santarém) pegaram o quinto
toiro de cernelha, ao primeiro intento, muito bem









Pega rija, a última, consumada pelo bom forcado José Maria
Cortes Pena Monteiro ao primeiro intento, com  o grupo, como
sempre, a "ajudar à Montemor". Francisco Borges muito bem
ontem a rabejar e a fazer as vezes do grande F. Godinho