Melhor era impossível! Na realidade, não podia ter começado melhor a Feira da Moita, ontem, com a Corrida do Município, que registou uma agradável entrada de público, a rondar os três quartos de lotação preenchidos, e resultou num êxito artístico fabuloso.
Primeiro, o cartel era misto e não era mais do mesmo, como é costume nas nossas praças e noutras organizações em que se apresentam sempre os mesmos toureiros e mesmo assim o público vai (que é o melhor do mundo)... e este ano tem enchido as praças constantemente.
Na Moita, tourearam a cavalo Rui Fernandes (a comemorar 25 anos de alternativa), figura incontestada do nosso toureio equestre, o mais internacional da actualidade, com presença em todas as feiras importantes de Espanha; e Duarte Fernandes, seu sobrinho, que foi um triunfador pleno em noite de grande significado em que mostrou o que vale e a falta que faz aos grandes cartéis de competição, destapando também a escassa visão dos empresários que temos - que ainda não devem ter dado pela sua existência, coitados...
Triunfo destacado de Duarte no toiro a sós, actuação de maestria de Rui no que abriu praça e uma lide a duo em perfeita sintonia no quinto toiro de Canas Vigouroux, como os outros lidados a cavalo, de nota altíssima e que foi premiado com a volta à arena da jovem ganadeira Maria Canas Vigouroux.
Triunfal participação dos Forcados Amadores da Moita, com pegas a cargo do cabo João Raposo (à segunda), de João César e David Solo, ambos ao primeiro intento. Já a seguir, não perca as sequências das três pegas.
A pé, apresentou-se "Juanito", o novo ídolo da aficion lusitana, que este ano apenas toureou em Abiul e aqui fazia a sua segunda apresentação no seu país. Em grande forma, a dar a cara numa grande e artística faena, mandona e templada, ao primeiro toiro do seu lote, um bom exemplar de Calejo Pires com 530 quilos. No último toiro, da mesma ganadaria, que saíu solto e pouco transmitia, entregou-se e arrimou-se, mas faltou matéria prima para repetir o triunfo da primeira faena. Bons pares de bandarilhas nos seus dois toiros de Pedro Noronha, João Oliveira e do espanhol Jorge García "Coke".
Em quarto lugar, entrou em cena o jovem novilheiro aspirante Tomás Bastos, a maior estrela do futuro do nosso toureio a pé, sobrinho neto do saudoso Maestro José Júlio (quem sai aos seus...), aluno destacado da Escola Taurina de Badajoz, que enfrentou um novilho fantástico (350 quilos) de Calejo Pires.
Raça, maturidade, um coração de leão e uma intuição raríssima são, desde que o vimos na "Palha Blanco" em Julho, pela primeira vez, atributos que asseguram, sem quaisquer dúvidas, um auspicioso futuro a este jovem e promissor toureiro de Vila Franca.
Esteve soberbo, imponente mesmo, com o magnífico novilho de Calejo Pires, cuja excelente qualidade deu ao ganadeiro Francisco (filho de Manuel Calejo Pires) honras de duas voltas à arena com Tomás Bastos. E no final, o jovem toureiro saiu em ombros pela Porta Grande (foto de cima) da praça "Daniel do Nascimento" (bonito incentivo proporcionado pela Sociedade Moitense de Tauromaquia).
Ao longo do dia, não perca todas as reportagens: a detalhada análise de Miguel Alvarenga e as fotos das pegas e dos Momentos de Glória a cavalo e a pé, bem como as dos Famosos. Vamos ter um dia em cheio!
Fotos M. Alvarenga
"Juanito" empolgou tudo e todos no primeiro toiro do seu lote |
Rui e Duarte Fernandes: triunfo sonoro na Moita |
Duarte Fernandes "virou a Moita do avesso". Os nossos empresários ainda não deram pela existência deste toureiro?... |
Praça "Daniel do Nascimento" registou um excelente entrada na primeira corrida da Feira da Moita, a rondar os três quartos |