D. Francisco de Mascarenhas (na foto, com Amália Rodrigues, anos 90, num evento da Real Tertúlia Tauromáquica D. Miguel I) vai ser homenageado na Feira Nacional do Cavalo, na Golegã, que esta sexta-feira se inicia, decorrendo até dia 12. A homenagem vai ter lugar na sexta-feira 10 de Novembro, pelas 19h00, no Arneiro da Tauromaquia (Largo do Arneiro), onde receberá o Prémio Carreira “Carlos Relvas” - por 78 anos de alternativa e 90 anos de Feira.
O mais antigo cavaleiro de alternativa vivo, com 96 anos, nasceu em 1927 no seio de uma das mais afamadas dinastias toureiras portuguesas e apresentou-se em público com apenas 8 anos na praça de Almeirim e dois anos depois, em 1936, na do Campo Pequeno, em Lisboa.
Lenda viva e último representante dos Anos de Ouro do Toureio Equestre, o cavaleiro-fidalgo D. Francisco de Mascarenhas nasceu há 96 anos em Paço D’Arcos, Oeiras, a 8 de Fevereiro de 1927. É filho do também cavaleiro D. Alexandre de Mascarenhas e fez a sua estreia em Espanha com apenas 9 anos de idade, vestindo casaca e usando tricórnio na praça de El Puerto de Santa Maria (Cádiz), actuando nessa tarde do ano de 1937 ao lado do célebre "Manolete", que fazia a sua despedida como novilheiro.
A 6 de Agosto de 1939 fez a sua estreia em Madrid e a 29 de Agosto de 1945 recebeu a alternativa no Campo Pequeno, apadrinhado por Mestre João Branco Núncio.
Devido ao estado agravado da sua miopia, decidiu retirar-se em 1956.
Voltaria apenas em ocasiões esporádicas, uma delas para conceder, na Moita, em 1958, a alternativa ao cavaleiro José Mestre Baptista, depois de lha terem recusado no Campo Pequeno. Em 1962 deixou definitivamente de tourear.
Depois de afastado das arenas, continuou sempre sendo uma presença assídua nas praças de toiros e ao longo dos últimos anos muitos foram os cavaleiros que receberam os seus ensinamentos e os seus conselhos, fruto da sua grande experiência como toureiro e como genial cavaleiro.
D. Francisco Mascarenhas pertence a uma família com origem na nobreza portuguesa, os Marqueses de Fronteira e os Condes da Torre, com uma impressionante devoção por cavalos e toiros. São quase uma dezena os Mascarenhas que se exibiram na arte de tourear a cavalo, ainda que - até à alternativa de D. Francisco - o tenham feito na condição de amadores: D. José Maria de Mascarenhas e seus filhos, D. José de Mascarenhas, D. Carlos, D. Alexandre, D. António e D. João; o filho de D. José, D. António; e o filho de D. Alexandre: D. Francisco.
Fotos Marques Valentim e D.R.