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Momentos de susto ontem no Redondo com a aparatosa queda, felizmente sem consequências graves, do cavaleiro António Prates. Sequência captada com sentido de profissionalismo por Hugo Calado, director do site toureio.pt, que amavelmente nos cedeu estas fotos. Prates encastou-se depois da queda, voltou a montar e terminou a lide e no sexto toiro da corrida ganhou o prémio que estava em disputa. O troféu para a melhor pega foi conquistado por Hugo Figueira, cabo dos Amadores do Redondo (foto de baixo) |
António Prates sofreu ontem uma aparatosa queda quando rematava com uma ousada pirueta o último ferro da sua primeira triunfal actuação no terceiro toiro da corrida realizada no
Coliseu do Redondo e em que se comemorava o
10º aniversário da sua inauguração.
O cavalo escorregou na cara do toiro e caíu, arrastando na queda o valoroso cavaleiro, que prontamente e com uma raça de bradar aos céus se voltou a montar para terminar, com chave de ouro, a sua brilhante actuação.
No último toiro, o
sobrero, porque o que lhe estava destinado se encontrava lesionado, o jovem
Prates voltou a estar enorme e ganhou, com todo o merecimento e justiça, o troféu
"Simão da Veiga Jr." que distinguia a melhor actuação.
Mais significado e importância teve este prémio se atentarmos ao facto de ter sido disputado com o líder do pelotão
João Moura Júnior, que reaparecia um mês depois da tragédia de
Coruche e com
Luis Rouxinol Júnior, que se está a afirmar e a consagrar de corrida em corrida.
Moura não teve ontem sorte com o lote de
António Silva, mas deu a volta aos dois toiros com a arte e a maturidade do seu toureio - que transpira solidez e segurança.
Luis Rouxinol Júnior protagonizou duas lides de muita raça e afirmação. Actuou a substituir
Marcos Bastinhas, ainda não totalmente recuperado da colhida que sofreu em
Évora.
Pegaram os sérios e exigentes toiros de
António Silva os grupos de forcados
Amadores do Ribatejo e
Amadores do Redondo - seis pegas rijas e emotivas.
Pelos ribatejanos foram caras
Rafael Costa,
Dário Silva e o cabo
Pedro Espinheira, os três à primeira tentativa. Pelo grupo anfitrião pegaram
Luis Feiteirona à primeira,
Jorge Ramalho à segunda e o cabo
Hugo Figueira à primeira, ganhando meritoriamente o prémio que tinha o nome do grande forcado local
Miguel Capinha Alves e que distinguia a melhor pega da corrida.
Há que destacar e aplaudir a firmeza com que
Domingos Jeremias dirigiu a corrida, naquela que foi a sua estreia na sua terra, acrescida por isso mesmo de maior responsabilidade. A atitude de não ter mandado recolher o segundo toiro da noite, lidado por
Rouxinol e que evidenciava algum congestionamento, quando a maioria do público protestava, marcou pela positiva a direcção de bom senso desempenhada ontem pelo antigo cabo dos
Forcados do Redondo. O toiro acabou por recuperar. O director tinha conhecimento de que o sexto toiro poderia vir a ter problemas, como aconteceu, e que teria que ser substituído pelo
sobrero. Se tem mandado recolher o segundo e feito sair o
sobrero (havia um só e a mais não era a empresa obrigada), o público ter-se-ia visto privado de assistir à lide do sexto toiro.
Jeremias sabia o que fazia. E teve pulso para aguentar os sonoros protestos do público - sem vacilar.
A praça registou uma enchente a rondar a
lotação esgotada.
Fotos Hugo Calado/toureio.pt e Maria Mil-Homens