terça-feira, 9 de agosto de 2011

Cabo dos Forcados de Turlock faz balanço da digressão a Portugal


Regressaram domingo à Califórnia os Forcados Amadores de Turlock, após terem participado em três corridas em Portugal, nomeadamente no Campo Pequeno, em Tomar e Monte Gordo. Jorge Martins, cabo do grupo, falou ao "Farpas" pouco antes de regressar aos States. Das corridas entre nós, do desejo de trazer a Portugal o cavaleiro Paulo Jorge Ferreira, com a sua quadra de cavalos, para confirmar a alternativa em Lisboa e também do livro comemorativo dos 35 anos da fundação dos Amadores de Turlock, que no próximo ano virá lançar a Portugal.

Entrevista de Miguel Alvarenga

- Feitas as contas, qual o balanço que faz de mais esta participação em corridas em Portugal?
- Foi positivo. Pegámos no Campo Pequeno uma corrida difícil de Ribeiro Telles, onde se aleijou numa perna (um problema muscular, felizmente sem gravidade) o meu filho Jorge, e fizemos a última pega à primeira. A corrida não foi fácil. Pegámos depois em Tomar, onde as coisas correrem bem e no sábado em Monte Gordo, com praça cheia. O balanço que faço é positivo.
- Quantos forcados vieram?
- Trouxe dezasseis forcados.
- Assistiu a outras corridas, vi-o por exemplo no Montijo, na noite daquelas "babosas" de Guiomar Moura. Quer comentar?
- Os grupos consagrados de Alcochete e Aposento da Moita, meus bons amigos, fizeram as seis pegas à primeira. Quem me dera apanhar toiros daqueles... não tinham nada a ver com os toiros que pegámos no Campo Pequeno! Mas, por um lado, é bom. Mostrámos que não viemos a Portugal com "facilidades"...
- Há dois anos, estrearam-se no Campo Pequeno e ganharam o prémio para a melhor pega...
- Foi um bom triunfo para o grupo, uma noite que jamais esqueceremos.
- Voltam em 2012?
- Esperamos voltar. O grupo assinalou o seu 35º aniversário, vai ser editado um livro com o historial todo e gostaria de o vir apresentar a Lisboa. Além disso, tenho o sonho de trazer ao Campo Pequeno a minha quadra de cavalos e o cavaleiro Paulo Jorge Ferreira, da Azambuja, que vive em minha casa há quatro anos e que merecia fazer a confirmação da sua alternativa no Campo Pequeno.
- Isso, porque além de cabo dos Forcados de Turlock, é proprietário de uma óptima quadra de cavalos, utilizada pelos nossos cavaleiros quando vão actuar à Califórnia, não é?
- Sim, além de uma ganadaria, denominada Ganadaria Açoreana, porque sou oriundo da Ilha Terceira, tenho a paixão pelos cavalos e possuo actualmente uma magnífica quadra, montada pelo Paulo Jorge Ferreira, que tem servido a quase todos os cavaleiros que toureiam na Califórnia e que em Outubro será uma vez usada pelo Maestro João Moura e por José Prates, quando actuarem na Feira de Thornton.
- Cavalos Lusitanos?
- Todos Lusitanos, só tenho um árabe. São cavalos que fui comprando ao longo dos anos a Joaquim Bastinhas, a Pablo Hermoso de Mendoza, de quem sou muito amigo e a outros cavaleiros. Neste momento tenho 14 cavalos na quadra, 10 a tourear.
- Também tem forcados norteamericanos no seu grupo, ou só rapaziada de origem portuguesa?
- O Grupo de Turlock foi fundado, como disse, há 35 anos, por meu irmão. Eu entrei como cabo dois anos depois. Fiz a despedida em 2000, mas depois chamaram-me para voltar a chefiar o grupo e eu não disse que não. Neste momento temos muitos rapazes de origem portuguesa, incluindo os meus dois filhos (o Jorge, que pegou em Lisboa e o mais novo, de 17 anos, que não veio), mas também tenho forcados americanos e até mexicanos.
- Quantas corridas pegam por ano?
- Cerca de vinte, a maioria na Califórnia, mas também algumas no México.
- Na hora da despedida, quer deixar alguma mensagem à aficion portuguesa?
- O nosso muito obrigado pelo carinho com que fomos recebidos, pelos amigos e pelos aficionados em geral, nas praças onde pegámos. Um abraço a vocês, do "Farpas Blogue", que são o nosso elo de ligação diário com a Festa em Portugal. Muito obrigado a todos!

Foto M. Alvarenga