Oportuna, pertinente e com a usual frontalidade e clareza de espírito, a primeira crónica de Maurício do Vale neste ano de 2013, dada ontem à estampa no "Correio da Manhã" e que aqui reproduzimos com a devida vénia.
Sem
violência,
por coincidência
ou talvez não
Difícil não cair em lugares comuns, nesta hora de bons votos, quando todos convergimos no desejo de vencer as crises, sendo que uma das piores será a acentuada crise de valores! Algo que muito atinge os jovens, já que os coloca num contexto de crescimento deturpado.
Multiplicam-se, no estrangeiro, os casos de violência juvenil, mas não é por demais repetir, parafraseando, que por detrás de um jovem violento há sempre um violento adulto...
Seja dentro de casa, seja no exterior, as influências pesam nos comportamentos. A gigantesca máquina dos audiovisuais (cinema, televisão ou PlayStations) não se compadece. Sobram críticas, muitas delas vindas de quem promove aquilo que critica depois. Imagens terríveis de figuras horrendas são moda que cria ídolos capazes de atormentar em pesadelos os mais jovens, entre sanguinárias destruições. Ninguém pára tal catástrofe, que prepara (?) a juventude para os piores cenários, onde pouco importa a mente sã.
Que este Ano Novo ilumine os educadores e os fazedores de lazeres! E, já agora, que haja a honestidade de reconhecer que, nos países onde mais vão aparecendo esses actos de violência assassina cometidos por tresloucados jovens, aí não há tradições culturais taurinas - e em muitos casos até são proibidos esses espectáculos. Coincidência ou talvez não...
Foto D.R.