sexta-feira, 28 de junho de 2013

Posta em causa a assistência a José M. Cortes em Alcácer


Inez Dentinho acaba de publicar este texto, intitulado "Morrer pelos outros", que aqui transcrevemos com a devida vénia, no blog "Geração de 60", onde tece algumas críticas à falta de assistência a José Maria Cortes em Alcácer, na madrugada de domingo, depois de ter sido barbaramente esfaqueado no coração, afirmando mesmo que o caso merece a abertura de um inquérito:


José Maria Cortes foi morto à facada quando tentava assistir um amigo no chão, vítima de dois golpes da mesma arma, dados por um desordeiro na madrugada de uma feira bem regada.
Era casado, geria uma cadeia empresarial, jogava rugby e liderava dezenas de rapazes que pegam toiros no Grupo de Forcados Amadores de Montemor-o-Novo. Era um exemplo de rectidão, de coragem e de condução de homens. Por isso atendeu a quem estava caído. Por isso morreu.
A demora dos bombeiros e das Forças de Segurança e a inactividade do Centro de Saúde de Alcácer nas primeiras duas horas de assistência devem ser objecto de inquéritos para apurar todas as responsabilidades desta tragédia. Vergonhosa foi, também, a cobertura televisiva inicial, sugerindo que a rixa da feira se travara entre grupos de forcados armados. É não conhecer quem pega toiros.
José Maria estava habituado a enfrentar de caras toiros bravos de 600 kg. Não estava preparado para homens cobardes armados nas suas costas.
Paz à sua alma. À Família, o consolo impossível.

Inez Dentinho

Foto D.R./@Francisco Romeiras