Rogério Jóia no domingo em Nave de Haver, quando lia o texto evocativo de António Morgado que hoje aqui publicamos. Na foto de baixo, com Ângela Morgado, filha do saudoso empresário e apoderado |
O "Farpas" divulga, na íntegra, o texto de Rogério Jóia, director de corrida, com que este evocou no passado domingo, na praça de Nave de Haver, a memória de António Morgado (foto da direita), na corrida que ali se realizou em sua homenagem:
Ao António
Morgado
Não é novidade para nenhum de nós, que o
António Morgado, com toda a certeza, hoje no Céu, de onde certamente nos
observa, foi um homem de grande caracter.
Homem simples, amigo do seu amigo,
conciliador e justo, era conhecido por todos nós, por ser um homem de palavra e
de honra. Como costumamos dizer, um homem à antiga.
Hoje em dia, valores como os referidos,
mais concretamente, como o caracter, a palavra e a honra, estão cada vez mais
em desuso.
Todos nós sabíamos que com o António
Morgado, tal não acontecia.
Como ele sempre dizia, cada vez que nos
cumprimentava e quando lhe perguntávamos como estava, ele invariavelmente
respondia: "Estamos vivos".
Vivos, mas sempre seguindo na vida, a
sua linha de rectidão e de seriedade.
Era esta a realidade do António Morgado.
E cada vez mais, homens como este, que lavam a honra, com sangue suor e
lágrimas, têm dificuldades em viver num mundo como o nosso, em que estes
valores vão caindo no desuso e no esquecimento.
O António Morgado, era o completo e
absoluto oposto do esquecimento, da leviandade e da desonestidade.
Para todos nós, era e é um exemplo.
Sabíamos cada vez que chegávamos a uma organização dele - António Morgado - que
não tínhamos que nos preocupar. Tudo era organizado, sério, claro e
transparente.
Só havia uma verdade. Era a sua. Porque
a sua verdade, era sempre a verdade dos factos.
Era um senhor empresário, um apoderado
apaixonado, um Taurino dos pés à cabeça.
E por isso, podemos chamar Maestro ao
António Morgado, que é aquilo que todos nós fazemos questão de chamar, ao
último toureiro que apoderou. O Maestro, Joaquim Manuel, aqui presente.
Porque Maestros, não são apenas as
figuras do toureio.
São também as figuras da vida. E o
António Morgado, com o seu caracter íntegro, enquanto viveu, foi sempre uma
figura da vida.
Para nós, amigos, é difícil viver sem
ele. Mas será seguramente muito mais difícil, para a Ângela, sua filha e para a
Ângela Maria, sua eterna esposa.
E para terminar, nós, amigos do teu pai,
a ti Ângela, que estás a iniciar a tua vida de adulta, o que te pedimos, é para
seguires sempre o exemplo de integridade, que foi a imagem dele, durante toda a
sua vida.
A si, Maestro António Morgado, no Céu,
onde seguramente está, o que lhe pedimos, é que descanse em paz.
Obrigado por tudo o que nos deu como Ser
Humano.
Vá por si, Maestro António Morgado.
Nave de Haver, 2 de Agosto de 2015
Rogério Jóia
(Director de Corrida)
Fotos Emílio de Jesus e D.R.