quarta-feira, 8 de novembro de 2017

João Cortesão põe o dedo na ferida...



Pela sua pertinência, actualidade e importância, aqui reproduzimos, com a devida vénia, este artigo de João Cortesão (foto ao lado), dado à estampa no seu blog "Sortes de Gaiola"

Caldeirada à moda da forcadagem: há ou não grupos de forcados que pagam para pegar?

Não sei se é verdade, mas é um facto que este assunto corre de boca em boca a toda a força.
Uns dizem que são amigos de determinados grupos que patrocinam determinadas corridas, outros dizem que são determinados grupos que compram bilhetes para as corridas, mas de facto não há provas concretas, e sabendo-se como se sabe que muitos empresários foram forcados e estão ligados a grupos de forcados, não se entende, que a ser verdade o que se diz, não o denunciem.
Ao longo dos tempos, sempre houve uma espécie de tráfego de influências nos contratos (convites, digo eu...) de todos os grupos, e a forcadagem foi andando aguentando com o peso específico que têm na sociedade e mais concretamente no mundo dos toiros, o mesmo acontecendo no lançamento dos toureiros. Quando um grupo tem um antigo forcado como empresário, tem como é evidente a vida facilitada... Não será isto uma forma de desigualdade perante os outros? Claro que é, mas por não ser uma forma tão grosseira, foi sempre tolerada como uma resultante da puta da vida...
O problema agora põe-se, por não haver provas contra as fugas a regras que foram aceites por todos os grupos associados...
A solução para esta caldeirada não é fácil, a ANGF (Associação Nacional de Grupos de Forcados), com a qual muitas vezes tenho estado em desacordo, neste caso não pode fazer nada, já que a maioria pensa (ou não pensa) como o Prof. Gustavo Syllos - "Sou a favor do associativismo, mas acima de tudo sou a favor da livre concorrência".
A verdade é que o associativismo contemporâneo encontra-se com uma linha de pensamento e de acção mais direccionada para toda a comunidade, em oposição, a uma visão mais focada nos sócios, que marcou o associativismo mais clássico.
Pessoal da forcadagem, entendam-se... porque não têm outro remédio.
O que tem graça no meio desta caldeirada, é haver guerras para usufruir do prazer de levar porrada...

Fotos D.R.