sábado, 11 de agosto de 2018

José Falcão morreu há 44 anos na Monumental de Barcelona



Cumpriram-se em Junho 50 anos sobre a data da alternativa de José Falcão em Badajoz. Hoje, cumprem-se 44 sobre a sua trágica morte na arena de Barcelona

José Falcão morreu há 44 anos, colhido na Monumental de Barcelona pelo toiro "Cuchareto", número 12, de 506 quilos, da ganadaria de Hoyo de la Gitana.
O famoso toureiro vilafranquense, único matador de toiros português vítima de colhida mortal, era natural de Povos (Vila Franca de Xira), tinha 30 anos no dia em que morreu (11 de Agosto de 1974).
Oito dias antes (domingo, 4 de Agosto) toureara com Ricardo Chibanga na praça da Figueira da Foz (foto ao lado), sua derradeira actuação em Portugal, onde em Junho desse mesma ano estoqueara um toiro no Campo Pequeno, numa noite em que alternou com o mítico Curro Romero.
Novilheiro de renome, formou ao tempo histórica parelha com o eborense Óscar RosmanoFalcão era ao tempo um dos mais emblemáticos representantes do toureio português em Espanha.
Recebera a alternativa a 23 de Junho de 1968 (há 50 anos) na Feira de Badajoz, apadrinhado por Paco Camino na presença de Francisco Rivera “Paquirri", que anos mais tarde viria também a ser vítima de colhida mortal em Espanha.
José Falcão sofreu a grave cornada na femoral quando batiam as sete menos dez da tarde de 11 de Agosto do ano da nossa "revolução". Alternava nessa corrida em Barcelona com os matadores espanhóis Manolo Cortés e Paco Bautista e com o rejoneador Álvaro Domecq.
Foi Domecq quem primeiro saltou à arena a acudir o matador português, procurando estagnar-lhe com a mão a tremenda hemorrogia no caminho que decorreu entre a arena e a enfermaria. Mal o deitaram na mesa de operações, José Falcão dirigiu estas palavras ao famoso cavaleiro: "Gracias, Álvaro, muchas gracias".
Estava consciente da gravidade da cornada. Depois virou-se para o Dr. Olivé, que se preparava para o operar e pediu: "Doutor, duérmame" (adormeça-me). E adormeceu para sempre. Morreu às onze horas e dez minutos dessa noite.
Casara no Inverno anterior e não chegou a conhecer a filha, que nasceria poucos meses depois da tragédia. Inicialmente sepultado em Barcelona, o corpo de José Falcão foi trasladado anos mais tarde para o cemitério de Vila Franca de Xira, onde repousa desde então em paz.

Fotos Chapresto e João Carlos D'Alvarenga