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| Gabriela Canavilhas, quando era ministra da Cultura, dando a cara pela arte tauromáquica numa barreira da praça de toiros do Campo Pequeno, na companhia do seu secretário de Estado Elísio Summavielle |
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| Desiludida com a política, Gabriela Canavilhas confessa ao "Sol" que "abandonou o palco". Uma entrevista onde critica o actual Governo e revelas "coisas que não deviam acontecer" dos tempos em que esteve na Câmara de Cascais. Vale a pena ler do princípio ao fim |
Numa grande entrevista ao semanário "Sol", a ex-ministra da Cultura Gabriela Canavilhas defende a tauromaquia e critica a posição assumida pela nova ministra. "O ministro da Cultura deve tratar as touradas como trata as outras actividades", afirma
Questionada sobre como é que viu a posição contra as touradas assumida pela actual ministra da Cultura numa das suas primeiras intervenções públicas, Gabriela Canavilhas respondeu sem papas na língua:
"A posição que exprimi quando estava no Governo é a mesma que tenho. A tauromaquia é uma expressão cultural portuguesa e quanto a isso não há nada a fazer. E enquanto for uma expressão cultural portuguesa, tutelada pelo ministério da Cultura, tem de ser regulada pelo ministério. O titular da pasta deve tratá-la como trata todas as outras e, se calhar, não deve exprimir a sua opinião pessoal sobre o teatro, o cinema, a tauromaquia, as artes visuais... Deve ser igual a qualquer coisa".
- O que está a dizer é que a ministra não devia ter dito, no Parlamento, que a tauromaquia "não é uma questão de gosto, é uma questão de civilização"? - questiona o jornalista Luis Claro, autor desta entrevista.
Responde a ex-ministra:
"O que digo é que não está previsto no programa do Governo nada que altere a situação da tauromaquia enquanto expressão artística popular e, portanto, o ministro da Cultura tem o direito a ter a sua opinião, mas deverá falar em nome pessoal e não como ministro da Cultura".
Foto Emílio de Jesus
