Ricardo Chibanga com sua filha Anete fotografado há um ano por Emílio na emblemática estátua do cavalo à entrada da Golegã. O famoso matador moçambicano morreu este ano |
Emílio há um ano na sua última Feira da Golegã. Morreria um mês e meio depois, nos primeiros dias de Janeiro. Na foto de baixo, faz agora um ano também, no "Coparias" com Inácio Ramos Jr. |
Miguel Alvarenga - Na próxima segunda-feira, 11 de Novembro, cumpre-se um ano sobre aquela que foi a última reportagem do nosso querido companheiro Emílio de Jesus na Golegã.
Depois de todos os dias ter caminhado de Alverca para a Feira do Cavalo para fotografar tudo e todos, o Emílio chegou à Golegã no último dia, o de São Martinho, e chovia a potes. A feira parecia um deserto e ele lembrou-se então de ir buscar a casa o Chibanga e levá-lo até junto da estátua do cavalo para o fotografar e lhe prestar aquela que seria a última grande homenagem ao famoso toureiro moçambicano (falecido este ano) e também a derradeira reportagem do Emílio na feira de que ele tanto gostava.
À vinda ligou-me: "Ó Miguel, aquilo chovia que Deus a dava e eu fiz uma coisa diferente para não vir de mãos a abanar. Lembrei-me de ir fotografar o nosso querido Chibanga na estátua do cavalo e assim podemos prestar-lhe uma homenagem diferente!".
Constato agora, com espanto, que no programa da Feira da Golegã (que agora decorre) não existe qualquer homenagem, uma lembrança simples que fosse, à memória do grande Ricardo Chibanga. Ele que foi um filho adoptivo da Golegã, ele que veio de Moçambique para cumprir o sonho de ser toureiro e correu o mundo taurino a mostrar a sua arte, ele que amava a Golegã como se ali tivesse nascido.
Foi esquecimento?
Ainda vão a tempo de o emendar.
Fotos Emílio de Jesus/Arquivo e Coparias