Passaram 24 horas sobre a publicação pela DGS e o IGAC das normas de bloqueio ao sector tauromáquico e, como verificamos, ainda ninguém veio emendar o tal "erro" do ponto 26. Porque não se trata de erro nenhum. A fila em branco foi a rasteira com que ninguém contava para travar a tauromaquia. É preciso que o entendamos e não continuemos, como a avestruz, com a cabeça enfiada na terra...
Miguel Alvarenga - O ponto 26 das normas ontem emanadas pela Direcção-Geral de Saúde e a Inspecção-Geral de Actividades Culturais para a "normal" reabertura das praças de toiros ainda não foi rectificado, emendado ou assumido como um simples erro. E já passaram 24 horas sobre a publicação do documento.
Diz textualmente esse ponto 26, como todos já sabem, que há a obrigatoriedade de deixar uma fila não ocupada entre cada fila nas bancadas, ou seja, só podem ser vendidos lugares fila sim, fila não.
Isso não aconteceu nos espectáculos do comediante Bruno Nogueira na praça do Campo Pequeno, que decorreram em dois sucessivos com o apoio e a presença do primeiro-ministro e do Presidente da República.
Qual é então o fundamento com que a DGS justifica a necessidade de, nos espectáculos tauromáquicos, ter que haver uma fila desocupada entre cada fila preenchida? Os homens dos toiros são um maior grupo de risco e podem contagiar-se uns aos outros mais do que os espectadores de outros espectáculos?
Seja qual for o fundamento, era necessário e urgente que alguém questionasse a DGS e a IGAC sobre os porquês desta imposição - que reduz drasticamente a lotação das praças e torna completamente inviável a realizaç ão de corridas.
Hélder Milheiro, secretário-geral da Federação PróToiro, já veio a público, em declarações ao site "Tauronews", dizer que isso "é um absurdo". O empresário Ricardo Levesinho considerou, em declarações ao "Farpas", que se trata de um "bloqueio total" à Tauromaquia. A Associação Portuguesa de Empresários Tauromáquicos e as outras associações representantes dos profissionais (e dos amadores) do sector, ainda não vieram a público dizer nada. Comeram e calaram? Ou ainda acreditam que se trata de um simples "erro" e esperam que este venha a ser rectificado?...
Será que ainda inguém entendeu verdadeiramente que o documento ontem divulgado é, apenas e só, como dizem Milheiro e Levesinho, um absurdo e um bloqueio total à Tauromaquia?
Como não podem proibir, asfixiam. A seguir, depois das eleições autárquicas, virá o famigerado decreto-lei que o PS tem na gaveta e que adultera por completo a essência do espectáculo tauromáquico. Todos sabem disso. Mas ninguém quer falar disso. Se calhar, tal como acreditaram ontem que a história da fila desocupada foi um "erro" e será rectificado, pensam também que o decreto-lei que aí vem é "uma fantasia" e nunca uma realidade. Quando acordarem, se acordarem, pode já ser demasiado tarde.
Por tudo - e mais alguma coisa - nunca foi tão importante que no próximo sábado todos saibamos responder ao apelo da Associação Nacional de Grupos de Forcados e nos manifestemos nas ruas, em todo o país, em defesa do que é nosso - e nos querem roubar!
Foto D.R.