Luis Miguel Alvarenga há quatro anos em Montemor, na corrida comemorativa dos 50 anos de alternativa, com Simão Comenda, Rui Bento e Miguel Alvarenga |
Miguel Alvarenga fez há quatro anos em Montemor o elogio de Mestre Luis Miguel da Veiga na tarde em que comemorou na sua terra natal o 50º aniversário da sua alternativa |
O momento da alternativa, há 54 anos, no Campo Pequeno, apadrinhado pelo Mestre dos Mestres, David Ribeiro Telles |
Luis Miguel da Veiga com o seu padrinho Mestre David Ribeiro Telles |
Parabéns a Você! Mestre Luis Miguel da Veiga comemora hoje 54 anos de alternativa, que recebeu a 28 de Julho de 1966 no Campo Pequeno, das mãos de Mestre David Ribeiro Telles, depois de dois anos antes (1964) a ter tentado tomar, o que não lhe foi permitido por ter apenas 16 anos
Luís Miguel Pimenta de Aguiar da Veiga nasceu em 30 de Dezembro de 1947, em Montemor-o-Novo, (distrito de Évora), sendo neto de Simão Luís da Veiga e sobrinho paterno de Simão da Veiga, Jr., ambos prestigiados cavaleiros de alternativa. É bisneto do 1.º Visconde de Amoreira da Torre.
O famoso cavaleiro estreou-se em público em Setembro de 1961, com apenas 13 anos, numa vacada que teve lugar na praça de toiros de Montemor-o-Novo, pensando que aos 16 anos lhe podiam dar a alternativa, mas teria que esperar mais dois anos pois em Portugal só se podia ter a carteira profissional de qualquer profissão a partir dos 18 anos.
Em 1966, a 28 de Julho (cumprem-se hoje exactamente 54 anos) tomou a alternativa na Monumental do Campo Pequeno, tendo como padrinho o Mestre dos Mestres, David Ribeiro Telles, e actuando ainda os matadores Armando Soares e Amadeu dos Anjos, bem como os Forcados Amadores de Montemor, sob o comando de Joaquim José Capoulas, lidando-se toiros da ganadaria de David Ribeiro Telles.
Ainda em 1966 protagonizou uma peça de teatro adaptada para a televisão por Herlander Peyroteo, intitulada "O Jovem Cavaleiro", na qual também contracenou com Mestre Batista.
Ficaram célebres as corridas em que alternou precisamene com o seu mais rival das arenas José Mestre Batista, formando com este o cartel mais anunciado e disputado durante 15 anos, o qual trouxe milhares de aficionados para a corrida à portuguesa - muitas praças (como a Monumental do Campo Pequeno) esgotavam os seus bilhetes poucas horas depois de anunciarem os cartazes com aquela parelha de cavaleiros. Outros tempos...
A sua distinta forma de montar e o classicismo e a arte das suas lides - tão marcadas pelas sortes frontais e pelos ferros ao estribo - terão levado o famoso crítico tauromáquico Saraiva Mendes a atribuir-lhe o epíteto de "Príncipe do Toureio a Cavalo".
Ocupando o patamar das primeiras figuras do panorama taurino nacional até ao final do século XX, toureou nas mais distintas praças de Portugal continental, Ilhas, Angola, Moçambique, Macau, mas também em Espanha, nos Estados Unidos da América (Califórnia) e no México.
Ao longo da sua carreira, em que marcou indelevelmente a tauromaquia portuguesa numa fase de aprimoramento artístico e de apuramento técnico, celebrizou cavalos como o "Favorito", o "Ratão", o "Espartero", o "Bacará", o "Príncipe" e o "Guizo", os quais ficaram particularmente na memória dos aficionados.
Apesar de retirado das arenas por motivos cardíacos nos inícios do novo milénio, o Mestre (como passou a ser respeitosamente tratado) foi o cavaleiro convidado para participar, em 2006, no espectáculo realizado por Filipe La Féria para a reinauguração da praça de toiros do Campo Pequeno, onde triunfou com uma autêntica lição da arte de tourear.
Em 28 de Julho de 2016 voltou a vestir a casaca para fazer as cortesias na nocturna que teve lugar no no Campo Pequeno, precisamente para o homenagear pelos seus 50 anos de alternativa. Ainda no mesmo ano, voltou a vestir-se de toureiro e a fazer as cortesias em Montemor-o-Novo, sua terra natal, em mais uma corrida em que foi homenageado por meio século de alternativa.
Fotos D.R., Carlos Silva e Florindo Piteira