Luis Miguel Pombeiro, empresário que é desde há um ano gestor taurino da praça de toiros do Campo Pequeno, exigiu esta manhã à Federação PróToiro (ler notícia anteriormente aqui publicada) a retirada imediata do cartaz (outdoor) que hoje foi colocado na Avenida da República, em Lisboa, mesmo em frente à Catedral do Toureio a Cavalo. Trata-se, como aqui referimos, do mesmo cartaz que a PróToiro colocara no início do ano junto da Assembleia da República e que motivou grande discórdia no meio tauromáquico pela "abusiva utilização" da imagem do primeiro-ministro, forma de protesto que Pombeiro considerou "um ultraje" e "uma afronta desnecessária".
"Fiz essa exigência não directamente à PróToiro ou aos seus orgãos directivos, mas através da Associação Portuguesa de Empresários Tauromáquicos, a APET, que integra a Federação e é a associação que me representa", esclarece o empresário.
O cartaz, recorde-se, traduz um protesto contra o projecto de proibir menores de assistirem a espectáculos taurinos, projecto esse contra o qual todos estamos, mas que, segundo Pombeiro, "poderia e deveria ter sido feito noutros moldes e não com esta afronta ao primeiro-ministro".
O empresário reafirmou esta manhã ao "Farpas" tudo aquilo que dissera em Janeiro quando o cartaz foi colocado junto ao Parlamento: "A Cultura é apartidária, não podemos partidarizar os nossos gostos, havia muitas outras formas de traduzir este protesto, mas não assim".
"Exigi esta manhã à PróToiro, através de contacto para a Direcção da APET, que retire de imediato o cartaz da Avenida da República e vou lutar com todas as minhas forças para que isso aconteça. Se o não fizerem, vou travar uma guerra sem fim. Já contactei a Direcção da Associação Portuguesa de Empresários Tauromáquicos, que me transmitiu não ter tido conhecimento de que o cartaz ia ser colocado diante do Campo Pequeno. A PróToiro age irresponsavelmente e sem consultar as associações que a formam e isso não pode ser", afirma o empresário dia primeira praça de toiros do país.
"Estou a lutar há algum tempo, com todas as minhas forças, para que os espectáculos tauromáquicos se possam realizar mal haja o desconfinamento, como, aliás, o fiz no ano passado, projectando todo um processo que passa pela apresentação do comprovativo de vacinação ou pela realização de testes 24 horas antes de cada corrida, para que todos os aficionados possam ter acesso às praças de toiros. Mas, pelos vistos, continuo a remar sózinho contra a maré. Fiquei esta manhã profundamente triste e até desmoralizado ao ter conhecimento de que esse cartaz foi colocado, ainda por cima sem conhecimento dos associados da PróToiro, em frente da praça de toiros de Lisboa", acrescenta Luis Miguel Pombeiro.
Fotos M. Alvarenga