Com 80 anos, morreu Carlos Costa (ao meio, na foto), músico do Trio Odemira, que compunha o famoso grupo com seu irmão Júlio e com José Ribeiro, que constituíram, como recordou o fadista Nuno da Câmara Pereira nas redes sociais, "a Inclítica Geração da música portuguesa".
"Uma vida inteira dedicada à música portuguesa. Prova de vida incessante, contínua e perseverantemente inolvidável. De sorriso franco e imediato, foi sem dúvida uma das maiores figuras do cancioneiro português", recordou o fadista.
Foi em 1955 que Carlos Costa e seu irmão Júlio formaram o conjunto Dois Odemira, depois de vencerem um concurso de novos talentos promovido pelo célebre programa radiofónico "Companheiros da Alegria", de Igrejas Caeiro. Tornaram-se Trio Odemira com a entrada de José Ribeiro, que esteve 22 anos no grupo e posteriormente com o também irmão dos fundadores, Mingo Rangel.
O Trio Odemira contava mais de 60 anos de carreira e protagonizou êxitos como "Ana Maria" e "Anel de Noivado", tendo sido o primeiro a gravar em disco temas populares alentejanos, à excepção dos grupos corais, segundo a Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX, que dá como exemplo o 'single' "Rio Mira", de 1958.
Esta enciclopédia indica que o repertório do trio inclui várias canções espanholas e sul-americanas, algumas gravadas em português, temas tradicionais da Beira Baixa e do Alentejo, e versões de canções gravadas por Tony de Matos (1924-1989), Amália Rodrigues (1920-1999) e Max (1918-1980).
O grupo, segundo a mesma fonte, detém recordes de vendas como um Disco de Platina (mais de 140 mil exemplares) e seis Discos de Ouro (mais de 40 mil exemplares, cada). Percorreu o mundo e era considerado um dos maiores embaixadores da música portuguesa.
Que em paz descanse.
Fotos D.R.