Retirado das arenas, mas sem nunca ter feito uma despedida, o cavaleiro Jorge D'Almeida (na foto, ontem, com Miguel Alvarenga ao almoço no "Gambrinus") revelou ao "Farpas" que pode este ano participar em duas ou três corridas, hipótese que encara com grande entusiasmo.
O toureiro de Almeirim recebeu a alternativa há 32 anos, na Monumental de Almeirim, q 10 de Setembro de 1989, apadrinhado por Mestre David Ribeiro Telles numa corrida em que repartiu cartel, também, com Manuel Jorge de Oliveira, João Palha R. Telles, Joaquim Bastinhas, Paulo Caetano e António R. Telles. Estreara-se em 1978 numa corrida realizada em Santo Estevão, ao lado dos irmãos João e António Telles e em 1984 fizera na Moita a prova para cavaleiro praticante. Ao longo da sua carreira, toureou muito em Espanha e chegou a triunfar na Monumental de Madrid.
Depois de se afastar das lides, criou a Academia de Toureio a Cavalo em Almeirim, que neste momento e devido à pandemia, tem tido poucos alunos. "Tenho lá hoje um miúdo com imenso jeito, o Francisco da Cruz, filho do médico veterinário Luis da Cruz", diz-nos.
Entretanto, está a dar novo fôlego à coudelaria que tem o seu nome e foi criada nos anos 70 por seu pai, depois de a adquirir a Joaquim Ferreira, que era, recorda Jorge, "um grande amigo de Mestre David Ribeiro Telles". Foi criada com éguas Coimbra e Malta e dois garanhões da Casa Ribeiro Telles, o "Maravilha" e o "Mercúrio", que deram produtos excepcionais, entre os quais o famoso cavalo "Diamante", que foi estrela da quadra de Jorge D'Almeida e com o qual o saudoso José João Zoio fez a sua despedida no Campo Pequeno.
Actualmente com três garranhões, entre os quais o "Taranto", que comprou a Manuel Paim e tem o ferro de Pablo Hermoso de Mendoza (filho do célebre "Gallo"), a Coudelaria Jorge D'Almeida tem um efectivo de 33 éguas e está sediada em Almeirim na Quinta do Padilha. Nas fotos de baixo, alguns dos poldros que já espelham a continuidade da coudelaria.
Fotos D.R.