A classe empresarial taurina anda agitada com o facto de em vários concursos para adjudicações de praças se estar a colocar a carroça à frente dos bois, isto é, estarem a concorrer - e até a vencer! - empresários que não estão associados na APET (Associação Portuguesa de Empresários Tauromáquicos), quando está estabelecido nos estatutos da associação que só podem organizar corridas de toiros empresas que a integrem.
A corrida de Agosto em São Manços acaba de ser adjudicada a um antigo forcado do grupo local que não é (ainda) membro da APET. A de Estremoz foi alugada a uma tertúlia local que também não está ainda inscrita na associação da classe. E a de Alpalhão foi também entregue a um ganadeiro que não é sócio da APET. E o mesmo se terá passado no Cartaxo e em Santo António das Areias, cujas praças de toiros foram adjudicadas a comissões de aficionados que não são empresas e também não estão associadas na APET. Com a agravante de a algumas das referidas praças terem concorrido empresários associados, que agora estão revoltados com a situação.
O "Farpas" questionou o presidente da APET, o empresário Ricardo Levesinho, sobre esta aparente anomalia, que nos confirmou que "por acordo entre as variadas associações, podem organizar corridas de toiros apenas empresas associadas" e que "está estipulado na APET, por tomada de decisão dos associados, que só podem ser associadas empresas aprovadas em sede de Assembleia-Geral, que é o orgão máximo".
Na última Assembleia-Geral, adianta o presidente da APET, "foram aprovadas várias empresas", entre as quais algumas das que acima mencionámos e "já existem vários novos pedidos, que só serão avaliados numa próxima AG".
Ricardo Levesinho informa ainda que a Direcção da APET "informou os proprietários das praças de toiros da listagem de associados antes dos concursos existentes" - de onde se conclui que alguns proprietários de praças de toiros terão aceite como candidatos empresários que não são ainda associados. Ou seja, lá está: estão a pôr a carroça à frente dos bois...
O presidente da APET informa também que já solicitou ao presidente da Assembleia-Geral - que é Paulo Pessoa de Carvalho - que convoque uma nova sessão extraordinária para novas avaliações por parte dos associados efectivos, que são quem decide, por forma a legalizar as situações que acima referimos.
Por outras palavras: há empresários que já venceram concursos de adjudicação de praças, que não estão associados na APET e que aguardam neste momento pela realização de uma nova reunião magna da associação para serem avaliados.
E se não forem aceites como associados? Abandonam as praças que ganharam ou ficarão na mesma à frente delas, contrariando o que está estabelecido pela APET?
É complicado. Mas é "à portuguesa", concerteza!
Fotos D.R.