A primeira corrida de toiros da nova temporada, já sem as restrições da pandemia (que pena...), quase encheu ontem a maior praça do país, a Monumental de Santarém, não apenas por obra e graça do grande cartel, mas também pelo trabalho de promoção brilhante feito pela Associação "Sector 9", seguidora da Associação "Praça Maior", que mostra bem que, quando se sente motivado e atraído, o público acorre e enche as praças. Não é assim tão difícil...
Lidou-se um curro de toiros sério, exigente, a impôr, de apresentação irrepreensível, não primando propriamente pela bravura, da ganadaria Veiga Teixeira.
Actuaram João Moura Júnior, João Ribeiro Telles e João Salgueiro da Costa, que, a avaliar pelos cartéis que já foram anunciados pelas principais empresas, vão ser esta temporada três dos cavaleiros que mais vamos ver tourear.
Cada qual ao seu estilo, foram os três triunfadores, sem que um se destacasse muito dos outros. A corrida, aliás, decorreu em tom meio morno, sem uma "explosão" que dissesse: valeu mesmo a pena ter vindo a Santarém. Resumindo: estiveram os três bem, sem terem estado muito bem. Era a primeira corrida do ano. Leiam mais logo, quando o dia amanhecer, a análise pormenorizada de Miguel Alvarenga. E vejam as sequências das seis grandes pegas e os melhores momentos das lides dos três ginetes. Bem como os Famosos (já sem máscaras...) que lá estiveram.
Triunfal, isso sim, foi a actuação dos dois grupos de forcados, Santarém e Aposento da Moita, com seis grandes pegas ao primeiro intento. Pelos anfitriões pegaram Francisco Cabaço, Joaquim Grave e António Queiroz e Mello. Pelos moitenses, foram caras o cabo Leonardo Mathias, Martim Lopes e Tiago Valério.
A corrida, dirigida por Marco Cardoso, assessorado pelo médico veterinário José Luis da Cruz, iniciou-se com um minuto de silêncio em memória do Engº José Samuel Lupi e do aficionado Carlos Martins (Caloca).
Os dois primeiros toiros demoraram uma eternidade a recolher e a corrida, que já se iniciara com dez minutos de atraso devido aos habituais não pontuais que ainda estavam na rua para entrar, foi mais demorada do que se esperava. Felizmente, o director de corrida suprimiu o intervalo.
Pena não se suprimir também a prolongada chatice das cortesias e as desnecessárias voltas à arena. Nesse aspecto, temos saudades das restrições da pandemia. Era tudo mais rápido e menos chato. Com o regresso da "normalidade", as touradas voltaram a ser uma seca...
Fotos M. Alvarenga
