quinta-feira, 29 de setembro de 2022

Salgueiro da Costa a 24 horas da encerrona em Vila Franca: "Não sei viver o toureio sem risco!"

A quase 24 horas da sua encerrona em Vila Franca de Xira - amanhã às 22h00 - João Salgueiro da Costa fala ao "Farpas", revela as suas expectativas, explica os porquês deste gesto e manifesta-se tranquilo e confiante no sucesso frente a seis toiros de ganadarias "incómodas" e perante um dos mais entendidos e exigentes públicos do país. Diz mesmo que "das etapas mais importantes para ser figura do toureio a cavalo é conquistar o público de Vila Franca". E promete fazê-lo amanhã.

Entrevista de Miguel Alvarenga

- João, porquê este desafio? É o momento de o fazer?

 

- É sem dúvida o momento. Cresci como toureiro, a quadra também cresceu e a ambição fez com que a encerrona surgisse. 

São estes desafios que me dão vida e me fazem feliz!


- O exigente público de Vila Franca foi sempre um público muito afecto a teu pai. Conquistá-lo também é um dos objectivos?


- Já senti o calor de Vila Franca algumas vezes, entre elas duas noites importantes na temporada passada. É indiscritível a entrega da "Palha Blanco".

Na minha opinião, das etapas mais importantes para ser figura do toureio a cavalo, é conquistar o público de Vila Franca.


- Tens tido uma temporada intensa e de muitos triunfos. Qual é o balanço até aqui?


- O balanço é muito positivo, é a temporada mais longa que já fiz e isso tem-me feito crescer ainda mais porque as exigências são outras! Tenho desfrutado muito desta temporada, sou feliz a tourear e por mim não havia defeso!


- Quantos cavalos e quais vais utilizar amanhã na “Palha Blanco”?


Tenho dez cavalos a tourear, sete deles do meu ferro, criados  por mim. Estão todos em grande forma e conto sair com todos. Deixo o nome dos dez que me irão acompanhar: Chakal, Litri, Mercúrio, Mon Cheri, Princesa, L’amorino, Opus-18, Chinoca, Jic e Alba!


- Teu pai será o cavaleiro sobressalente. Vão tourear pelo menos um toiro a duo?


- Não vou revelar detalhes, mas tenho a certeza que vai ser uma noite muito emotiva!


- Como nasceu esta ideia da encerrona?


- A ideia da encerrona nasceu o ano passado na corrida da Feira de Outubro, no mano-a-mano com o João Ribeiro Telles, depois de tourear dois toiros no Redondo à tarde e três à noite em Vila Franca. No final da corrida diziam que só faltava um toiro para ser uma encerrona, e foi daí que surgiu!

 

- E não vais pela comodidade. Enfrentas seis toiros de ganadarias sérias. Qual o sentimento face ao risco?


- Acho que são ganadarias à medida da "Palha Blanco" e que se identificam com o meu toureio. Não sei viver o toureio sem risco. 


- O que podem os aficionados esperar de ti amanhã à noite?

- Podem esperar a entrega, o compromisso e o improviso de alguém que vive o toureio de corpo e alma e está constantemente insatisfeito.

Fotos Fernando Clemente e Emílio de Jesus/Arquivo