Com 88 anos de idade, morreu na quinta-feira na sua residência sevilhana de Sanlúcar la Mayor o antigo matador de toiros Juan García "Mondeño". Completava 89 anos hoje, dia 7 de Janeiro. Na foto de cima, numa corrida na desaparecida Monumental de Cascais, anos 60, com "El Cordobés" e o então Presidente da República, Almirante Américo Thomaz.
Natural de Puerto Real, o toureiro andaluz chegou a abrir a Porta do Príncipe da Real Maestranza de Sevilha ainda como novilheiro. E foi nessa praça que tomou a alternativa em 29 de Maio de 1959, apadrinhado por António Ordoñez, com o testemunho de Manolo Vásquez.
Figura nos anos 60 e 70, competiu com as grandes figuras da época, como "El Viti", Paco Camino, "El Cordobés", Ordoñez e todos os outros.
No início dos anos 60, o toureiro andaluz surpreendeu o mundo taurino ao deixar as arenas para se dedicar a Deus e à vida de frade. A sua ordenação aconteceu no Convento Dominicano de Caleruega na província de Burgos a 30 de Agosto de 1964. “Mondeño” era, ao tempo, uma das grandes figuras do toureio espanhol.
A sua vocação não foi tão forte quanto a paixão que nutria pela arte do toureio e em 1966 deixou o convento para regressar às arenas, elegendo a praça de Lisboa para se voltar a vestir de luces. Foi no Campo Pequeno que fez a sua reaparição a nível mundial. Quando o Campo Pequeno era uma praça de categoria e de eleição.
A sua reaparição mundial ocorreu na Monumental do Campo Pequeno em 27 de Março de 1966 (programa em baixo), cumprem-se daqui a três meses 57 anos, numa tarde em que toureou mano-a-mano com António dos Santos. A cavalo actuavam Pedro Louceiro e o jovem promissor Joaquim José Correia (Quim-Zé), que em Outubro desse mesmo ano viria a morrer, vítima de colhida, nessa mesma arena de Lisboa. Lidaram-se toiros de Manuel João Coimbra Barbosa e pegou o Grupo de Forcados Amadores do Montijo, sob o comando de José Carvalheira.
Fotos D.R.
"Mondeño" - toureiro e frade |
Foi um dos toureiros importantes dos anos 60 e 70 |
"A nova vida de Frei Mondeño" - exclusivo mundial na revista "La Actualidad Española". Em baixo, o cartaz da reaparição mundial de "Mondeño" no Campo Pequeno em 1966 |