sexta-feira, 14 de junho de 2024

Luis Miguel Pombeiro diz de sua justiça: "Os quatro cartéis do Campo Pequeno são óptimos e com as Figuras que quiseram estar presentes e que dão a cara todos os dias!"

Deu luta esta entrevista ao empresário Luis Miguel Pombeiro, mas eu gosto das coisas que dão luta. Entrevistei o empresário, sobretudo o empresário do Campo Pequeno - e foi disso que falámos. Não entrevistei o amigo, nem tinha que ser assim. Amigos, amigos, trabalhalhinho à parte.

Piquei-o, espicacei-o, porque sei que assim ele reage. E reagiu: “És a única pessoa que me tira do sério”, confessou no fim.


Já tinha aplaudido os cartéis do Campo Pequeno na minha curtíssima intervenção na conferência de imprensa em que foram apresentados, quando perguntei a Pombeiro as razões de este ano não haver toureio a pé na temporada lisboeta. Aplaudi porque considero que são quatro bons cartéis. Mas uma coisa é serem bons cartéis e outra coisa é serem, ou não serem, os cartéis que se esperava para Lisboa. E não são.


São quatro bons cartéis, mas são quatro cartéis vulgares, iguais a muitos que já vimos e a muitos mais que ainda vamos ver em outras praças nacionais.


O problema é esse. Pelo menos, para mim. Mas para o empresário Pombeiro não.


Eu considero que, só com quatro corridas, o Campo Pequeno tinha que ter quatro grandes acontecimentos, únicos, daqueles que esgotam as praças. Como aconteceu com Roca Rey em Santarém, como certamente acontecerá com Borja Jiménez na Nazaré, como provavelmente e salvaguardando as distâncias, acontecerá no Colete Encarnado, em Vila Franca, com Tomás Bastos. São coisas diferentes. E os elencos de Lisboa são “mais do mesmo”, sem novidades, sem “bombas” ousadas.


Luis Miguel Pombeiro não concorda comigo. Defende a sua dama - entenda-se, a “sua” praça - com unhas e dentes. E explica por quê. E era isso precisamente que eu e os aficionados todos queríamos saber. A razão de ser destes cartéis e os porquês de não outros cartéis.


Não se trata um entrevistado por tu. Mas eu e o Luis Miguel somos amigos - de verdade - há mais de quarenta anos. Que se lixem as regras, portanto. Vamos ouvi-lo. Esta era a entrevista por que toda a aficion esperava.


Entrevista de Miguel Alvarenga


- Primeira questão: quem impôs que só se realizassem quatro corridas de toiros por ano no Campo Pequeno? O empresário Álvaro Covões, actual adjudicatário? Se sim, se foi Álvaro Covões, que motivos alegou para justificar essa diminuição do número de espectáculo tauromáquicos? E da tua parte, não houve contestação?

- Parece-me que muita gente não percebeu que, sendo o Campo Pequeno propriedade da Casa Pia, a concessão foi dada inicialmente por 90 anos a uma empresa. Durante anos não foram feitas quaisquer obras na praça e a degradação era uma constante. Lembras-te de tijolos que caiam em cima das pessoas? Depois, houve quem tivesse a coragem de fazer obras sem quaisquer subsídios estaduais e o Campo Pequeno reabriu na forma em que hoje se encontra. Nessa altura todos bateram palmas e sem dúvida que a obra foi e é excelente! Só que redundou numa falência de 90 milhões de euros. Noventa milhões! Não são 9, que fique bem claro. Ora, o principal detentor do crédito ainda aguentou uns anos com uma gestora de insolvência e colocou a praça em concurso para venda da referida concessão. Alguém da Tauromaquia concorreu? Houve algum tipo de união para tentar fazer alguma coisa? Nada! Sempre foi e será o “deixa andar”. O Banco vendeu, mas ainda antes desse concurso para a venda da concessão negociaram o contrato com a Casa Pia e deixou de haver a obrigação de fazer um número de corridas obrigatórias, o termo foi diminuído para “corridas”… 


- Quer dizer, existe a obrigação de “dar corridas”, mas não se especifica quantas, é isso?

- Exacto. “Corridas”, sendo plural, podem ser apenas duas… mas já antes se tinham diminuído e ninguém falou nisso. A praça, melhor dizendo, a concessão da sua exploração, foi vendida a um dos maiores empresários do mundo dos espectáculos e concertos com a tal obrigatoriedade de dar “corridas”. Inicialmente, foram seis corridas a concurso. Em plena pandemia. Mesmo assim, meti mãos à obra e andei para diante. Dois anos de desgraça. Passou para quatro corridas por ano porque havia muitos espectáculos adiados e suspensos durante a pandemia e que eram importantes para a nova concessionária e, como tal, foram diminuídas as corridas para apenas quatro. São poucas, sem dúvida nenhuma, e em datas que não são as melhores. Mas a verdade é que neste mundo dos toiros a maioria dos “treinadores de bancada” nunca foram a jogo e nunca arriscaram um tostão do próprio bolso. O mesmo se passa com alguns críticos que dizem bem ou mal conforme muda o vento. E outros assim actuam porque a inveja foi sempre a arma dos incompetentes. O dono do Campo Pequeno tem de fazer o que não foi feito no passado: tornar o Campo Pequeno rentável para pagar as suas obrigações! Como tem concertos e outros eventos que pagam o mesmo, ou ainda mais pelo aluguer da praça, é normal que o faça. Mas não acabou com as corridas, nem será essa a intenção. Agora ele sabe o que se passa nas corridas e na maior ou menor adesão do público às mesmas. Eu queria pelo menos mais uma este ano. Não consegui, mas pode ser que para o ano se consiga .


- E havendo apenas quatro corridas, não concordas que deviam ser quatro grandes cartéis, quatro acontecimentos marcantes que esgotassem por quatro vezes a lotação da praça? Não foram assim no ano passado e ainda o são menos este ano…

- Isso é uma pergunta sem nexo de causa e efeito, porque em 2023 foram muito boas as quatro corridas. Aliás, uma esgotada, uma de mais de meia casa, outra a três quartos e a última cheia.



- Certo, mas continuo na minha. Só quatro corridas, tinham que ser quatro “acontecimentos brutais” de lotação esgotada e gente na rua à procura de um bilhete, como aconteceu na segunda-feira passada em Santarém. E não foi assim em 2023, nem será assim em 2024…
- Não vale a pena entrar nas polémicas dos que querem mas não conseguem ou dos que gostariam mas não são capazes. Os elencos são óptimos e com as Figuras que quiseram estar presentes e que dão a cara todos os dias! O ano passado criticavas porque não estava o Rui Fernandes e este ano está. É a nossa maior Figura internacional e está nas principais feiras do mundo. Estão mais fracos os cartéis?! Despedida de Pablo Hermoso, o número 1 mundial durante anos despede-se se a 6 de Setembro oficialmente da aficion portuguesa com duas enormes Figuras, o António Telles e o Luís Rouxinol. É fraco?! Inauguramos com o cavaleiro que tu escreves ser o número 1 do pelotão, o Moura Jr., que alterna com o Marcos Bastinhas, outro número 1. Coloca-se um jovem que esgotou a praça na sua alternativa, o António Telles Filho, e que é um dos que pode renovar a Festa! É fraco?!


- A ver se nos entendemos. Eu não disse que era um cartel fraco, Nem podia dizê-lo. Tenho escrito, e reafirmo, que considero o Moura Jr. o primeiro do pelotão, que o Bastinhas também é um número um, sim senhor. E nunca disse que o António Telles Filho não tinha cabimento nesse cartel inaugural, pelo contrário. Mas uma coisa é dizer, como dizes e com razão, que é um cartel bom, outra coisa é considerar, como considero, que é um cartel vulgar, igual aos que estamos fartos de ver noutras praças e que vamos continuar a ver até ao final da temporada. É “mais do mesmo”, não tem novidade, não tem um atractivo especial, não é “um acontecimento do outro mundo”. E o Campo Pequeno, só com quatro corridas, tinha que ter quatro “acontecimentos do outro mundo”. Repito: como aconteceu no Dia de Portugal em Santarém, com Roca Rey e a maior praça do país esgotada com 48 horas de antecedência.

- Por exemplo, a Corrida do Emigrante (8 de Agosto) tem cavaleiros de que tu te fartas de dizer bem deles nas tuas crónicas e que tu mesmo dizes merecerem mais oportunidades. É fraco?! Ana Batista, que tem vindo a somar triunfos; o João Moura Caetano, que foi triunfador da passada temporada, número um do escalafón mundial e que tanto destacas; o Manuel Telles Bastos, que é um dos clássicos; o Duarte Pinto, que tanto elogias e que no ano passado foi um dos triunfadores da Corrida de Gala; o Andrés Romero, que está nos quatro primeiros de Espanha; e por fim. o Rouxinol Júnior, que está em destaque já esta temporada; é um cartel fraco?!


- Eu não disse que era fraco, estás a interpretar mal. Tenho é dito que os quatro cartéis são vulgares. Uma coisa é serem fracos, outra coisa é serem vulgares. Não vamos confundir a estrada da Beira com a beira da estrada… Pergunto: tem cabimento, numa temporada de apenas quatro corridas, uma corrida de seis cavaleiros como essa de 8 de Agosto?…

- A corrida de seis cavaleiros é uma modalidade de que gosto e que aprendi com o Senhor Manuel Gonçalves: “só com um toiro, eles dão o litro”, dizia ele e é verdade! Uma óptima corrida, a meu ver, como acima descrevi. Chiça, penico, como costumas dizer, então quem é forte???


- Forte, hoje em dia, ou pelo menos com força de bilheteira, não é ninguém, como sabes. É o Roca Rey, esse sim. Entre nós, não temos uma figura que arraste gente às praças, como no seu tempo arrastaram João Moura, Pedrito de Portugal e outros…

- Tens ainda em Lisboa o Miguel Moura, que triunfou forte na passada temporada e mesmo no Campo Pequeno. É fraco?! O Francisco Palha, outro caso de primeira figura cujo triunfo enalteceste em Santarém, é fraco? Os 80 anos da ganadaria Murteira Grave e da ganadaria Silva! São fracos?! A ganadaria Vinhas e a de Charrua, duas das mais prestigiadas e desejadas, são fracas? A One Toro a continuar a apostar em Portugal e a ser do Campo Pequeno a única corrida televisionada de Portugal, é fraco? As homenagem ao Nuno Megre, um dos melhores Forcados de sempre e também ao João Cortes, com os seus grupos de Santarém e Montemor em disputa de troféus frente a Graves, é fraco?! Chiça, penico! A oportunidade à descentralização dos Forcados, trazendo a região de Coimbra a Lisboa, também, é fraco?! Monsaraz, um grupo que se afirma e que, acima de tudo, são meus amigos, são fracos?! Os grupos de Évora e Coruche são fracos? Os Amadores de Lisboa a pegarem sózinhos na sua cidade, um dos melhores grupos de sempre e em que haverá ainda uma homenagem surpresa, são fracos? Miguel Alvarenga, os cartéis são muitíssimo bons e os aficionados a sério estão a aderir! Os que dizem que fariam melhor só o fazem nas redes sociais… A venda dos Abonos termina amanhã, sábado, e posso dizer-te que tem havido uma muito maior adesão do que no ano passado.


- Muito bem. Repito: não considero nenhum cartel fraco. Nenhum toureiro fraco, nenhum grupo de forcados fraco, nenhuma ganadaria fraca. O que eu acho é que são elencos iguais a muitos. E deviam ser “acontecimentos brutais”, únicos.

- O Campo Pequeno sempre! Vai ter casas boas! E os profetas e zandigas não fazem falta à Festa, muito pelo contrário, passam a imagem errada daquilo que se passa. Meu caro Miguel e meu bom amigo, estão bem os cartéis ! Faltam nomes? Sem dúvida ! Mas não cabem todos em quatro corridas…



- Muitos aficionados acreditaram que a tua parceria com a empresa Toiros com Arte poderia modificar as coisas. Tratando-se, ao que consta, de uma empresa com forte poderio económico, esperava-se que Lisboa tivesse melhores cartéis e, afinal, repito, são quatro elencos vulgares…
- Já respondi anteriormente. Se consideram vulgares, nós e o público não pensamos assim. A montagem dos cartéis não tem a ver com poderio económico. E ninguém quer falir com 90 milhões de euros, como no passado! Os cartéis estão de acordo com o que se pretende, com competição, diversificação e ao encontro de todos os tipos de toureio a cavalo. 


- A corrida do passado dia 10 em Santarém, com Roca Rey, tinha que ter acontecido em Lisboa. Não concordas?

- Não concordo, Miguel. Roca Rey já tinha ido ao Campo Pequeno no passado e o que deu? Recordas-te de certeza. Por outro lado, o Campo Pequeno tem 5.000 e poucos lugares, amigo. Depois, tem as galerias de segunda ordem… não pode pagar o que paga Santarém com 11.500 lugares. O Campo Pequeno não tem capacidade para pagar 80 ou 90 mil euros a um toureiro espanhol, ou peruano, neste caso. A bilheteira não dá para isso. E, mesmo assim, o que diriam depois os portugueses, que é com quem temos que contar, pois são eles que aguentam isto em todo o lado? Nos últimos anos tem vindo aquele que, para mim, é o maior, o Morante de la Puebla; veio o Roman, o Juanito, o Garrido, o Cid, o António João Ferreira e, como os últimos são os primeiros, o Manuel Dias Gomes, que foi o triunfador absoluto em 2023. Talvez seja ele o único que eu tenho pena que não esteja este ano no Campo Pequeno.


- Este ano não há toureio a pé no Campo Pequeno. Justificaste essa ausência, na apresentação dos cartéis, pelo facto de o toureio a pé não ter atraído público a Lisboa nos últimos anos e por teres perdido dinheiro em todas as corridas com matadores. Mas Santarém, a maior praça do país, esgotou com Roca Rey. É só em Lisboa que o público não adere e não vai ver o toureio a pé?…

- Há praças mais aficionadas ao toureio a pé, como Vila França e Moita. A Santarém foram ver o Roca Rey, como tu dizes, mas o triunfo maior foi do Moura Júnior. Não são praças comparáveis, pois ali decorre a Feira da Agricultura, que por si só já é um enorme chamariz e também há que ter em conta e enaltecer o bom trabalho da empresa com os patrocinadores. E esses mesmos patrocinadores para Lisboa não querem. Há empresas que compram bilhetes para Lisboa, mas nem querem que se fale no nome delas. Vocês não sabem as dificuldades. Vai ver os apoios, e bem, dos Municípios e depois saberás! Lisboa apoia zero!!!


- Houve tentativas de trazer Diego Ventura este ano? Um mano-a-mano de Ventura com Moura Júnior não esgotava o Campo Pequeno?

- Diego Ventura não vem a Lisboa vai para oito ou nove anos. Só lá estou há quatro.


- João Ribeiro Telles e Duarte Fernandes, por exemplo, não tinham que estar no Campo Pequeno?

- João Ribeiro Telles esteve e não está. É claro que faz falta. Mas, como já disse antes, não podem estar todos. Tentei o Duarte Fernandes também, mas também não conseguimos. O Campo Pequeno não sai do sítio. Há tempo para lá irem todos!


- Quais os cartéis que gostavas de ter montado e não montaste? E não montaste porquê?

- Ainda voltando atrás. Por exemplo, a despedida do Rui Salvador é vulgar ou fraca? Um dos cavaleiros que sempre deu e dá a cara e o corpo ao manifesto?


- Pelo contrário. Eu próprio me indignei pelo facto de não terem chegado a acordo com o Rui Salvador para se despedir em Lisboa e escrevi-o, ouvi o seu apoderado José Carlos Amorim. E a verdade é que nessa noite acabaram por contratar o Rui. Claro que não é uma corrida fraca. Mas o cartel, mesmo com o regresso do Rui Fernandes ao Campo Pequeno, mesmo com o Palha e o Miguel Moura e os toiros Silva, é, para mim, igual a outros. Mas, dos quatro, até pode ser o “mais diferente” e o menos vulgar, confesso. E quais seriam os cartéis que querias ter montado e ficaram por montar?

- Posso dizer, por exemplo, que tenho dez cartéis ideais na minha cabeça, mas depois não seriam rentáveis… Estes que apresentamos são os ideais, ponto final!


- Lisboa deixou de ter, como praça de toiros, a importância e a grandeza que sempre teve. Não concordas?

- O Campo Pequeno continua a ser a praça mais importante de Portugal e uma das três praças principais do mundo! Ali tens noites de glamour e classe! Ali as pessoas são bonitas, apresentam-se bem, divertem-se como em nenhuma outra praça de toiros. Tens estacionamento, a praça é coberta, não chove, tens restaurantes e bares, não tens de ir para a roullote, sem desprimor para quem ali vende. No Campo Pequeno são sempre noites de glória dentro e fora da arena. Nas bancadas desfilam caras bonitas! É outro mundo e nunca perderá a importância que tem, por muito que os anti-taurinos o queiram e mesmo alguns taurinos frustrados o desejem também. Ao contrário do que dizem os entendidos, que nunca arriscaram um centavo para presumirem, o Campo Pequeno está bem vivo e sempre assim será!



- O futuro vai ser o quê? Passar de quatro corrida para duas e depois para nenhuma? Ou haverá uma esperança diferente?
- O futuro vai ser o que o público quiser! O toiro manda na arena e o público manda nas bancadas! E sem público nada funciona. Havendo competição, como há no Campo Pequeno, o futuro será sempre bom! A Tauromaquia só irá abaixo se nós quisermos ou deixarmos. E a Comunicação Social tem responsabilidades. Quando as críticas são construtivas, serão sempre bem vindas. Quando tocam a vulgaridade ou a ‘encomenda”, só prejudicam a Festa. E no Campo Pequeno nunca se enganou ninguém, nem com toiros, nem com toureiros. Aqui não há enganos! Para o ano, se houver correspondência de todos, poderemos ter mais corridas e regressarão as mistas! E assinem o canal One Toro, não adiram à pirataria. Isso é vergonhoso. Fica aqui o apelo.


- Muito bem, Luis Miguel. E como vamos terminar a nossa entrevista?

- Termino com uma palavra de agradecimento a amigos que não posso esquecer e têm estado a meu lado. Uma primeira palavra de apreço e de amizade ao Samuel Mexia da Silva e ao Jorge Dias (Toiros com Arte) porque acima de tudo são dois grandes aficionados! São novos, ainda têm um caminho a percorrer, mas são sérios e com princípios, carácter e educação, que são características primordiais para quem quer estar neste mundo, tantas vezes ingrato. Tal como lhes tenho transmitido, não podemos agradar a todos, mas temos de tentar. E todos contam para haver mais união. Gosto deles e vejo neles a mesma vontade e garra que eu tinha em 1989 quando comecei na Barquinha. Já tenho uma vida nisto. Com erros e com falhas. Mas aprendendo sempre, pois enquanto aqui andamos estamos sempre a aprender, a melhorar e a corrigir. Tenho de agradecer também ao José Luís Zambujeira e ao Nelson Cigarro e ao João Anão Madureira na parceria do Coliseu Figueirense, que tão bem tem sido gerido; ao Luís Pires dos Santos também, que fomos parceiros e seremos amigos para a vida; e ainda ao Sérgio Monsanto e ao grande Helder Marques, um amigo da Figueira da Foz. E quero agradecer também o apoio e a amizade dos irmãos António e José Nunes, aficionados de solera. Um agradecimento especial a toda a equipa do Campo Pequeno, que são inexcedíveis. Quero ainda agradecer a todos os proprietários de praças que me têm sido confiadas, algumas com dez anos de empresário, que não os tenho defraudado e por algum motivo mantém a confiança. E agradecer também a todas as associações da Tauromaquia e às tertúlias que tanto fomentam a Festa. E vamos encher o Campo Pequeno!


- Deus te oiça! Era bom para todos!

- E só tu, Miguel, que és o único que me tiras do sério e que me sabes provocar para eu entrar ao trapo… está dito, está dito, não volto atrás. Quem não gostar ou quem enfiar o carapuço, que se acuse. Há situações nas quais temos de pensar bem. Como te disse e repito, de todas as Figuras que estão na temporada do Campo Pequeno, nenhuma delas é vulgar! Viva o Campo Pequeno, sempre!


- Viva! E, apesar de tudo, que ninguém deixe de ir ao Campo Pequeno nas quatro corridas. É necessário e urgente que demonstremos a nossa força, que apoiemos a luta do Campo Pequeno. Para que possamos mesmo dizer “Sempre”!

- Conto com todos!


Fotos M. Alvarenga