quarta-feira, 28 de julho de 2010

Polémica na Terceira: a versão do Real Grupo de Forcados de Moura



Em comunicado emitido hoje e que a seguir transcrevemos na íntegra, o Real Grupo de Forcados Amadores de Moura conta a sua versão dos polémicos acontecimentos verificados no último fim-de-semana na Ilha Terceira e que motivaram ontem uma tomada de posição do empresário João Duarte, retirando-os do cartel da corrida que no próximo sábado realiza no Vimieiro:
"Relativamente às recentes notícias que envolvem o Real Grupo de Forcados Amadores de Moura, o Grupo vem esclarecer o seguinte:

No passado dia 21 de Julho, o Real Grupo de Forcados Amadores de Moura dirigiu-se a Angra do Heroísmo, na Ilha Terceira, Açores, a fim de participar na corrida de touros da União das Misericórdias, organizada pelo empresário João Duarte. Contrariamente às afirmações feitas ontem pelo empresário em comunicado – publicado no ‘Farpas blogue’ – o Grupo nunca acordou em não cobrar qualquer valor pela presença na referida corrida. Da mesma forma, nunca nos foi transmitido que a corrida em causa seria uma corrida de beneficência. De acrescentar que nunca o Real Grupo de Forcados Amadores de Moura pediu para estar presente na Corrida de Touros, tendo sido sim contactado pelo próprio empresário, após sugestão do Grupo de Forcados Amadores do Ramo Grande, que por nós nutre grande amizade.

Como habitual e acordado, no final da Corrida de Touros, o Real Grupo de Forcados Amadores de Moura encontrou-se com o referido empresário no sentido de receber o valor acordado no contrato, o qual chegou mesmo a ser assinado pelo empresário. No entanto, o pagamento em causa não foi entregue a nenhum dos grupos de forcados em praça (Grupo de Forcados Amadores da Tertúlia Tauromáquica Terceirense e Grupo de Forcados Amadores do Ramo Grande), tendo o empresário João Duarte dado a sua palavra de como faria chegar aos grupos o referido pagamento no dia seguinte, sábado, 22 de Julho.

Sem êxito, o Real Grupo de Forcados Amadores de Moura tentou contactar por diversas vezes durante o dia de sábado, o empresário João Duarte. O mesmo aconteceu no domingo, enquanto o Grupo ainda se encontrava na Ilha Terceira. Perante o sucedido, o Real Grupo de Forcados Amadores de Moura resolveu entrar em contacto com a Associação Nacional de Grupos de Forcados (ANGF), expondo desde logo a situação. Já em Lisboa, o empresário João Duarte entrou em contacto com o Grupo, informando que dispunha apenas de 300 euros para oferecer, valor que em momento algum foi acordado entre as duas partes. O alegado “prejuízo” da Corrida em causa foi a justificação dada pelo empresário como explicação para a falta de verbas destinadas aos Grupos de Forcados.

Faltando ao contrato assinado, o empresário deixou explícito que não nos faria chegar o valor em dívida. Confrontado com o facto de o Grupo ter que pagar à ANGF uma percentagem do valor de cada corrida efectuada, o empresário sugeriu que o Real Grupo de Forcados Amadores de Moura efectuasse esse mesmo pagamento com recurso às verbas próprias e, desta forma, conseguiria que participássemos em “mais uma ou duas boas corridas” como forma de pagamento. Perante a intransigência do Grupo, o empresário João Duarte reafirmou a intenção de faltar ao acordo, e ignorou a importância da ANGF e dos Grupos de Forcados propriamente ditos, acrescentando que tem provas de como os Grupos de Forcados não recebem qualquer quantia pelas Corridas em que participam. Informou-nos também de que, depois de afixados os cartéis, já não iríamos estar presentes na Corrida do próximo sábado, 31 de Julho, no Vimieiro, igualmente da sua responsabilidade. Em tom de ameaça, referiu ainda que apresentaria a situação, deturpando os factos, junto dos meios de comunicação social especializados, dando como exemplo o semanário ‘Farpas’.

De realçar que o Real Grupo de Forcados Amadores de Moura sempre pautou pela seriedade e honestidade e não é do nosso agrado nem faz parte da nossa história como Grupo estarmos envolvidos neste tipo de polémicas. O Real Grupo de Forcados Amadores de Moura procura tão somente dignificar a figura do forcado e defender os interesses e o papel da Associação Nacional de Grupos de Forcados. Situações como esta não dignificam nem honram a festa nem quem nela participa.


O Cabo do RGFA Moura


Pedro Garcia Acabado


Moura, 28 de Julho de 2010"

Foto João Dinis