O ano da morte de José Maria Cortes - porque sou Pai, porque o admirava como um dos maiores Forcados dos últimos anos, porque sou Amigo de seu Pai (João Cortes), mas sobretudo porque a violência da sua morte foi mais um exemplo do estado a que chegou, infelizmente, esta espécie de país, banhado pelo sangue de uma trágica "democracia" de que já todos estamos fartos, o triste fim de José Maria Cortes foi um dos momentos que mais me marcaram no ano que agora chega ao fim. A dor dos aficionados, a dor dos Forcados e a dor do Grupo de Forcados Amadores de Montemor, que ele tão bem comandava - foi a minha dor. Esfaqueado no coração durante uma rixa na Feira de Alcácer do Sal, em Junho, viria a morrer poucos dias depois no Hospital de Santa Maria, em Lisboa. Dois dias antes, fizera na arena do Campo Pequeno uma das grandes e recordadas pegas da temporada 2013 (na foto de cima, quando dava aquela que viria a ser, e mal nós sabíamos, a sua última e gloriosa volta à arena lisboeta). O seu enterro, depois de o corpo ter sido velado por milhares na Igreja de São João de Deus (foto de baixo), foi o ponto final num pesadelo que a todos marcou em 2013. A memória de José Maria Cortes, essa, permanece intacta, mas a triste realidade é que já não está entre nós um jovem na flor da idade e que encarava a vida, os Amigos e a arte de ser Forcado com um sorriso que nunca mais vamos esquecer.
Fotos Francisco Romeiras e M. Alvarenga |