Sem explicações aparentes, João Moura Caetano está a aparecer este ano pouco nos cartéis, apesar de ter sido um dos triunfadores da última temporada e de, por isso mesmo, não ter lógica o que se está a passar. A realidade é que o toureiro continua a triunfar onde toureia - e o que aconteceu no último sábado em Setúbal foi disso prova. Até quem lhe era adverso (outras estórias...) se lhe rendeu desta vez. A sua primeira faena foi de antologia, indescritível, pôs o público de pé. Uma faena de arte, de temple e de maestria, atributos que voltaram a estar presentes na sua segunda lide, mas já sem o fulgor da anterior, essa enorme! Caetano marcou a corrida de gala à antiga portuguesa que encheu (três quartos fortes), pelo segundo fim-de-semana consecutivo, as bancadas da praça "Carlos Relvas".
Joaquim Bastinhas "bailou com as mais feias", ou seja, teve pela frente os dois piores toiros da noite. Mesmo assim, valeu a sua experiência e o seu elevado profissionalismo para transformar em êxitos duas lides onde lhe faltou a matéria prima. Sónia Matias esteve em bom nível no seu primeiro toiro e fez o que pôde diante do segundo, um mansote. Nota alta para a única lide da promissora Mara Pimenta, que actuava pela última vez como amadora, que chegou ao público pela sua graça e pela sua arte, mas sobretudo pela sua decisão e ousadia. Vai longe a jovem toureira.
Frente aos toiros, de jogo desigual, de Cunhal Patrício, há a registar rijas pegas dos forcados do Ribatejo (pelo cabo João Machacaz, Pedro Coelho e João Guerreiro, os três ao primeiro intento), do Aposento do Barrete Verde de Alcochete (Bruno Amaro à primeira e César Nunes à segunda) e de Beja (Miguel Sampaio à primeira e Guilherme Santos à segunda). O grupo de Beja actuou em substituição do de Coruche, que na semana anterior explicara em comunicado não pegar corridas de três grupos.
Foto Emílio de Jesus/Arquivo