O escritor Carlos Abella, o jornalista José Enrique Moreno e o Maestro Paco Camino esta semana na Fundación Cajasol em Sevilha |
Paco Camino durante o "mano-a-mano" com o escritor Carlos Abella |
Em Lisboa, distinguido com o Troféu ao Mérito pela Real Tertúlia D. Miguel I com Miguel Alvarenga e seu pai, o saudoso Comandante João D'Alvarenga Foto Marques Valentim |
Paco Camino: momentos de glória de um dos mais famosos toureiros do século XX |
Paco Camino (à direita, na foto) num acto do Círculo Bienvenida, com dois companheiros do seu tempo, Santiago Martín "El Viti" e o saudoso Diego Puerta |
"Havia quem gostasse e quem não gostasse, mas 'El Cordobés' era um 'tio' fora do normal" |
"Nos toiros temos que nos fixar em alguém e eu fixei-me em António Ordoñez, admirava-o desde miúdo" |
"Naquele tempo, treinávamos poucos, ainda que houvesse quem nos criticasse por isso. Toureávams assiduamente e não treinávamos com frequência. Hoje em dia, treina-se demasiado e os toureiros, inclusivamente, preparam-se como se fosse para serem boxeadores!" - palavras sábias do "Niño Sábio" de Camas (Sevilha), o Maestro Paco Camino, esta semana numa intervenção que está a dar que falar - foi na Sala António Machado do Centro Cultural Cajasol, da Fundação Cajasol em Sevilha (Espanha), onde o famoso toureiro esteve lado-a-lado com o escritor Carlos Abella num "mano-a-mano" moderado pelo jornalista José Enrique Moreno.
Paco Camino falou, inclusivamente, de outros companheiros, destacando a sua admiração por António Ordoñez: "Nos toiros, temos que nos fixar em alguém e eu fixei-me em António Ordoñez, admirava-o desde miúdo".
Também falou de alguns toureiros seus contemporâneos, como Diego Puerta ("Saltava-te para cima em cada tarde...") e de "El Viti" ("Era uma pessoa muito séria e com muita classe").
Sobre o carismático Manuel Benítez "El Cordobés", disse: "Era um tio fora do normal, não havia quem pudesse com ele. Podiam gostar mais ou menos, mas o tio estava aí todos os dias!".
Madrid, para Camino, "foi especial, era onde se fazia e se ganhava muito dinheiro. Era a reconfirmação de um toureiro". E estabeleceu uma comparação: "Em Madrid sentia-me mais relaxado, mas quando vinha a Sevilha ia muito tenso, era a minha terra e vinha esforçado".
E conta: "Recordo hoje mais quando era miúdo, do que quando era matador de toiros. A minha vida andava muito rápida e agora que estou mais tranquilo é que me dou conta do que sofri e de onde cheguei".
Foi uma noite de recordações e de emoções e que congregou numeroros aficionados de postín e representantes do mundo dos toiros, entre eles dois toureiros de Sevilha que fram ouvir Camino: Pepe Luís Vásquez e Morante de la Puebla.
Fotos D.R.