A Festa novamente de luto: morreu esta manhã, com 82 anos de idade, o antigo matador de toiros Amadeu dos Anjos, 11º da nossa História, eternamente recordado como o mais fino muletero português.
Nascido em Safurdão (Pinhel) a 13 de Março de 1936, Amadeu dos Anjos deu os primeiros passos na arte em que viria a ser grande em Lisboa, na Escola Arena, onde teve por professores Augusto Gomes Júnior, Sebastião Saraiva e Júlio Procópio. Bem cedo se radicou em Salamanca, Espanha, para cumprir o sonho de ser toureiro. Debutou em 1962 na Monumental de Madrid, Las Ventas, actuando nesse ano sete vezes nessa praça, numa delas, a 23 de Setembro, com lotação esgotada.
Na temporada de 1962 toureou 25 novilhadas e em 1963 sofreu uma grave cornada em Castellón, que lhe travou um pouco o percurso, actuando mesmo assim nesse ano em 31 novilhadas e já em quatro corridas de toiros, depois da alternativa, que recebeu a 13 de Setembro de 1963 em Salamanca, apadrinhado por Paco Camino, com o testemunho de Manuel Benítez "El Cordobés", frente a toiros da ganadaria portuguesa de Alberto Cunhal Patrício. Confirmou a alternativa a 3 de Maio de 1964 em Madrid.
Embora com uma carreira curta, foi um dos matadores portugueses mais galardoados em Espanha. Por cá, recebeu o Prémio Bordalo em 1967 e o prestigiado Prémio Imprensa, que era atribuído pela Casa da Imprensa, em 1968.
Já nos anos 90, foi homenageado pela Real Tertúlia D. Miguel I e mais recentemente, em 2013 pelo Grupo Tauromáquico "Sector 1" e em 2014, pela Tertúlia "A Mexicana".
Amadeu dos Anjos, que é pai de quatro filhas, vivia há dois anos na Praia das Maçãs (Sintra), onde esta manhã sofreu um ataque cardíaco fulminante em plena rua.
Não há ainda dados sobre as cerimónias fúnebres.
Que em paz descanse.
Foto M. Alvarenga
