Alguns apoderados dos cavaleiros que ontem actuaram à noite no Coliseu do Redondo esclarecem ao "Farpas" que os toureiros abandonaram a praça no final e não esperaram pela entrega do prémio (melhor lide) a Luis Rouxinol Jr. - excepção feita, como já referimos, a Manuel Telles Bastos, que permaneceu na praça - "precisamente por termos todos discordado da maneira como as coisas aconteceram".
E explicam:
"Mais troféu, menos troféu, não é isso que está minimamente em causa. O que está é causa é isto: Rouxinol Jr. lidou em último lugar o sexto toiro de Cunhal Patrício, que se inutilizou após levar três ferros. Nada obrigava, especifica bem o Regulamento, que o toiro fosse substituído pelo sobrero, uma vez que já levara três ferros. Mas quis a empresa (Associação Tauromáquica do Redondo) oferecer a Rouxinol a lide do sobrero. Muito bem. Mas era, neste caso, um toiro extra cuja lide não deveria contar para o prémio. Rouxinol tinha que ser avaliado apenas pela lide, ou meia lide, que fez ao toiro que lhe tocou em sorteio. E tudo isto aconteceu sem que o senhor director de corrida, a empresa e o próprio Rouxinol Jr. ou o seu apoderado, informassem e pedissem autorização aos companheiros para lidar um toiro extra. Se houve falta de chá e falta de respeito não foi dos toureiros que abandonaram a praça, mas sim do senhor director de corrida, da empresa e do próprio toureiro".
E acrescenta um dos apoderados:
"É apenas uma questão de princípio e uma necessidade de pôr ordem nisto, se não, de hoje para amanhã, qualquer toureiro que queira paga o sobrero e lida mais um toiro e os outros ficam todos em desvantagem porque só lidaram um, sobretudo se se tratar de uma corrida em que haja prémios em disputa. As coisas têm que ser como têm que ser e mais nada".
Na foto ao lado, um dos ferros cravados por Rouxinol Jr. ao toiro que lhe coube em sorteio que que foi recolhido depois de levar três ferros por se ter inutilizado.
Foto Maria Mil Homens
