sábado, 31 de agosto de 2019

Grupo de Lisboa "limpa" os dois prémios em disputa ontem em Salvaterra

Pega monumental de Pedro Gil ao toiro de 770 quilos valeu-lhe o prémio "Nuno
Salvação Barreto" que estava em disputa. Em baixo, Pedro Maria Gomes, cabo
dos Amadores de Lisboa, recebendo o prémio "Simão Malta" para o melhor grupo,
entregue pela filha do saudoso cabo fundador do Grupo de Montemor


O Grupo de Forcados Amadores de Lisboa ganhou ontem, com justiça e merecimento, os troféus que estavam em disputa para a melhor pega (a de Pedro Gil ao quarto toiro... com 770 quilos!) e para o melhor grupo na duríssima corrida em Salvaterra de Magos - que registou apenas meia entrada.
O júri era composto por Pedro Graciosa (ex-cabo dos Amadores de Santarém), Nuno Santana (cabo dos Amadores de Alcochete) e Francisco Marques "Chalana" (antigo elemento do Grupo de Alcochete) e na hora de se conhecer a decisão não houve protestos por parte do público.
O curro de toiros da ganadaria espanhola de Dolores Aguirre foi uma autêntica boiada, em vez de um hino ao toiro-toiro, como se anunciava e se esperava. Sem casta, com maldade, apenas com peso (excessivo) e presença, que foram as únicas coisas que deram seriedade e emoção à noite, sem investirem para os cavalos, antes fugindo e fazendo depois a vida negra aos forcados - que foram ontem verdadeiros gladiadores e grandes heróis da "maldita corrida".
Não estivessem em praça dois grandes e bem preparados grupos de forcados, os de Montemor e os de Lisboa, e decerto ontem teria havido uma ou mais tragédias. O Grupo de Montemor esteve à altura do seu glorioso estatuto, mas ontem, valha a verdade, o de Lisboa esteve superior.
Os prémios tinham o nome de dois históricos forcados, Nuno Salvação Barreto (melhor pega) e Simão Malta (melhor grupo), os cabos fundadores dos dois grupos e foram entregues, respectivamente, por José Luis Gomes, antigo cabo dos Amadores de Lisboa e por Maria Helena Malta, filha de Simão Malta.
Os cavaleiros estiveram esforçados - Manuel Telles Bastos, Luis Rouxinol Jr. e António Prates - e estiveram sobretudo valentes e com garra, mas não tiveram minimamente matéria prima para tourear, quanto mais para brilhar.
O melhor "toiro" da corrida foi o novilho de José Palha, lidado em quarto lugar pelo amador António Ribeiro Telles, que deu ontem mais uma prova de que vai ter um futuro brilhante. Ou não fosse ele um Telles. O ganadero José Palha, filho do saudoso José Pereira Palha, deu merecida (íssima!) volta à arena e, no que respeita a toiros, esse foi o momento maior da noite.

Já a seguir, veja as sequências das pegas e leia a detalhada - e polémica - análise de Miguel Alvarenga.

Fotos M. Alvarenga