terça-feira, 7 de julho de 2020

CDS-PP apresenta no Parlamento projecto de voto de pesar pela morte do Maestro Mário Coelho

Mário Coelho na sua Casa Museu em Vila Franca com a escritora
Agustina Bessa-Luis (a assinar o livro de honra), vendo-se também
atrás o antigo Presidente da República Mário Soares


O Grupo Parlamentar do CDS-PP, à semelhança do que faz o Chega, também apresentou ontem no Parlamento um projecto de voto de pesar pela morte do Maestro Mário Coelho, cujo texto aqui se publica 

Faleceu a 5 de Julho o Maestro Mário Coelho, com 84 anos. De nome completo Mário Coelho Luís, nasceu em Vila Franca de Xira, a 25 de Março de 1936, e foi um dos mais emblemáticos matadores de toiros de Portugal.

Nas décadas de 50 e 60 do século XX atingiu prestígio internacional como bandarilheiro das principais figuras portuguesas do toureio a pé, conquistando os prémios nacionais mais importantes, e integrou as quadrilhas de matadores espanhóis, alcançando então o estatuto de Melhor Bandarilheiro do Mundo e o que mais prémios conquistou a nível mundial.

Apresentou-se na Monumental de Las Ventas, em Madrid, como novilheiro debutante, a 4 de Maio de 1967, e a 25 de Junho desse ano tomou a alternativa como matador em Badajoz, confirmando-a em 1975 na Monumental do México e em 1980 em Las Ventas, Madrid.

Mário Coelho foi um toureiro admirado e aclamado por muitos, privando ao longo da sua vida com Pablo Picasso, Hemingway, Orson Welles, Ava Gardner ou Audrey Hepburn, entre outros.

Em 1990 despediu-se das arenas, cortando a coleta no Campo Pequeno, em Lisboa.

Nesse mesmo ano, foi agraciado com a Medalha de Mérito Cultural, pelo então secretário de Estado da Cultura Pedro Santana Lopes, e em 2005 com a Ordem do Mérito, pelo então Presidente da República Jorge Sampaio.

Em Outubro de 2001, na casa onde nasceu, em Vila Franca de Xira, abriu ao público a Casa Museu Mário Coelho. Em 2005, assinalando 50 anos de toureio, publicou o livro autobiográfico “Da Prata ao Ouro”, com prefácio de Agustina Bessa-Luís. Em Outubro de 2019 foi homenageado na sua terra natal com a inauguração de um busto do escultor Paulo Moura, e já em Fevereiro deste ano Manuel Alegre apresentou, no Campo Pequeno, a sua biografia “Mário Coelho – Um Homem Inteiro”, da autoria de António de Sousa Duarte.

Disse, recentemente, que gostaria de ser recordado como “um homem digno, um homem que traçou um caminho direito e que nunca saiu dele”. E assim será.

Pelo exposto, a Assembleia da República, reunida em sessão plenária, decide demonstrar o seu profundo pesar e consternação pelo falecimento do Maestro Mário Coelho e apresentar à família as suas sentidas condolências.

Assembleia da República, 6 de julho de 2020

Os Deputados
Telmo Correia
Ana Rita Bessa
Cecília Meireles
João Gonçalves Pereira
João Pinho de Almeida

Foto D.R.