
O antigo cavaleiro Nuno Pardal, presidente da Associação Nacional de Toureiros, analisa o debate de ontem na TVI entre Miguel Sousa Tavares e a líder parlamentar do PAN e afirma: "Temos direitos!"
Ontem houve debate na TVI sobre tauromaquia com a presença de Inês Sousa Real do PAN e Miguel Sousa Tavares, jornalista, advogado e comentador da TVI.
O segundo defendeu apaixonadamente uma das culturas mais antigas do povo português, mesmo não estando (o que é normal) preparado para responder às barbaridades que foram ditas pela primeira.
Como tudo na vida, é preciso falar verdade mesmo que as ideias sejam diferentes dos outros, mesmo das maiorias.
Inês Sousa Real com uma linguagem política destilou ideias e proferiu afirmações de bradar aos céus, sem conhecimento do que fala, mas simplesmente para denegrir e criar confusão em redor de uma arte milenar a que todos temos direito de escolher e defender.
De lembrar à deputada que nós, profissionais da Festa e aficionados, também pagamos impostos. Os nossos direitos também têm o mesmo peso que os direitos da deputada.
Que a tauromaquia é, por direito próprio, parte integrante da cultura portuguesa, tutelada pelo Ministério da Cultura, que pela Constituição tem a obrigação de defender e valorizar a cultura do povo português (seja ela qual for).
Esqueceu-se a deputada de dizer que a tauromaquia é a única cultura que não tem qualquer apoio do Ministério que a tutela, e que talvez seja a única expressão que é auto-sustentável (com muita pena dos antis).
Os Toureiros não pediram lay-off?
Mas como poderiam pedir lay-off se são trabalhadores independentes ou sócios gerentes?
Infelizmente, deputada Inês Sousa Real, numa situação de calamidade como a que vivemos até deveriam ter direito a tal, mas este Governo de esquerda descrimina.
Todos os Toureiros têm outra actividade profissional?
Talvez uns sim, mas porque será?
Porque a política do Governo para com o nosso sector é de puro estrangulamento que não permite viver exclusivamente da sua apaixonante profissão.
Os Toureiros têm uma Associação e têm um Fundo de Assistência que os segura nos acidentes em treino e em praça, ajudando ainda os Toureiros retirados, as suas viúvas, assim como na educação dos filhos.
Algo a que se substitui aos deveres do Estado por este não apoiar o sector.
Sem corridas todos estes subsídios estão em risco por não haver possibilidade económica de o continuar a fazer.
Só cerca de 200 pessoas vivem exclusivamente da Festa?
Não, deputada Inês, somos mais de 1.800 postos directos e nem falo dos forcados, que por serem amadores não vivem da Festa, mas sim para a Festa.
Então e quantos indirectos? Muitos. Basta ser sério na análise.
Acabar com os subsídios do Estado a esta actividade?
Mas que subsídios?
Do Ministério da Cultura entram 0€!! no sector.
Do Ministério da Agricultura entra da mesma forma que entra para todos os criadores de raça bovina.
Das autarquias directamente muito pouco e quando há são para promover as suas festas locais, com um retorno muito superior ao investido.
O toiro bravo poderia acabar sem qualquer problema para o Eco Sistema?
Enquanto o PAN achar que os animais são todos bambis e de facto não aprofundar conhecimento, iremos continuar a ouvir estes disparates.
A riqueza da presença do toiro bravo na lezíria, no montado, é uma mais valia clara para a bio diversidade, preservando o ambiente e outras espécies animais.
E não, deputada Inês, os toiros não são para ser preservados e vistos em Safaris.
Meio milhão de euros gastos na Ilha Terceira?
Qual o retorno? Óbvio que é muito superior.
Todos sabemos a importância da tauromaquia nesta ilha e o que a mesma movimenta em termos turísticos e económicos.
Aliás, na mesma linha acontece o mesmo com as autarquias em Portugal continental.
Tanta mentira defendida pela esquerdalha que vê nos toiros algo que não compreendem e que por falta de conhecimento querem proibir.
Curioso, proibir! E são eles pela liberdade e pela igualdade (a sua liberdade e a sua igualdade)...
Disse também a deputada que o Campo Pequeno usufruía de isenções. Sabe a Inês quem vive do Campo Pequeno?
A Casa Pia de Lisboa, que recebe milhões por ser proprietária da praça.
Aliás, assim como muitas Misericórdias.
Sim, deputada, nós somos solidários.
Deputada Inês, não brinque com o meio de subsistência dos profissionais que estão a passar mal porque mais uma vez estão a ser discriminados e censurados por quem os deveria defender.
Não somos cidadãos de segunda, também pagamos impostos e ao contrário do que referiu, 86% dos portugueses não são contra as corridas de toiros e 30% são aficionados.
Pela sua ordem de ideias estes 86% também não teriam que pagar dos seus impostos a subvenção do Estado do seu partido, nem pagar o seu ordenado.
E como disse um dia uma deputada na Assembleia da República, e que também se aplica a si, uma corrida na RTP tem mais espectadores que votantes do seu partido
Deputada Inês Sousa Real, Política é uma actividade nojenta quando é feita por pessoas mentirosas e mal intencionadas.
Deputada Inês, vai mais gente aos toiros que aos teatros, cinemas e exposições de arte todas em conjunto.
Não basta dizer muitas vezes mentiras para passar a ser verdade.
Tenham Vergonha.
A escolha é Nossa .
Viva a Tauromaquia!
Nuno Pardal
Fotos TVI e D.R.