Para acabar de vez com a polémica, o "Farpas" contactou esta tarde o empresário António Nunes, representante da ganadaria Ascensão Vaz e que era ontem também o responsável, como já aqui tínhamos referido, pela contratação do matador espanhol Miguel Ángel Perera para a corrida da Moita, a que este faltou, apresentando um atestado médico alegando "uma lesão", tendo sido substituído pelo português "Juanito" - e a verdade é que o triunfo do nosso matador fez esquecer de todo Perera...
António Nunes conta-nos: "Os toiros foram descarregados na praça da Moita ao meio-dia, na minha presença, na presença de Rui Levesinho, irmão do empresário Ricardo Levesinho e também membro da empresa, do director de corrida Fábio Costa e do médico veterinário Carlos Santos. Vieram quatro toiros da nossa ganadaria, embora a praça da Moita obrigue apenas à existência de um sobrero. Um dos toiros tinha menos 16 quilos que o peso exigido pelo Rguelamento e, com o consenso do director e do veterinário, esse toiro foi aprovado como sobrero. Foram aprovados três toiros, um deles esse".
E acrescenta:
"Às duas e meia da tarde, foi consentida pela empresa e pelo director de corrida e pelo médico veterinário a presença nos currais da praça do apoderado e dos bandarilheiros so matador Miguel Ángel Perera para decidir a ordem de saída dos dois toiros da lide a pé, uma vez que para o matador não haveria sorteio. Os representantes do matador espanhol quiseram que entrasse na corrida o toiro sobrero e saísse um outro, que tinha 500 e tal quilos. O médico veterinário opôs-se à entrada do sobrero, não autorizou. E face a esta decisão do veterinário, Miguel Ángel Perera, de acordo comigo, recusou-se a tourear. Foi tão simples como isto".
Mais:
"Já a meio da tarde e depois de muitas pressões e muita tensão, o médico veterinário acedeu finalmente a que o toiro sobrero entrasse na corrida - que acabou por ser, como o 'Farpas' há pouco referiu, o primeiro lidado por 'Juanito'. Mas já era tarde demais para o matador Miguel Ángel Perera vir de Olivença (onde se encontrava) à Moita para actuar".
Segundo António Nunes, foram contactados os matadores espanhóis Ginés Martín (que se encontrava em Madrid) e José Garrido (que estava em Salamanca), mas o adiantado da hora impossibilitou que um e outro viessem fazer a substituição de Perera. Por fim foi contactado "Juanito", que prontamente se dispôs a vir à Moita - e que em boa hora o fez, obtendo um aclamado triunfo.
Na foto, António Nunes com "Juanito" durante a corrida de ontem.
Foto M. Alvarenga