"Que nunca se perca a fé!" - num momento de tantas incertezas sobre a realização das anunciadas corridas da Feira de Abril em Sevilha, o matador Morante de la Puebla deixou esta mensagem de esperança, que será sempre a última a morrer, quando ontem se recolheu alguns momentos em oração na Capela de los Marineros de la Esperanza de Triana e também na Capela del Baratillo, confraria de que é irmão.
O toureiro sevilhano, que esteve acompanhado pelo seu amigo português Pedro Marques (foto), passou ontem alguns momentos de oração e recolhimento ante as sagradas imagens titulares de ambas as hermandades, rezando pelo futuro e pelo fim da pandemia.
À saída, em declarações ao programa "Cruz de Guía" da Cadena Ser de Sevilha, o famoso diestro afirmou: "Hoje não podemos acompanhar as imagens sagradas nas ruas. Tudo é muito estranho e difícil de digerir, mas o importante é que estamos todos os irmãos aqui e há um ambiente bonito, de solidariedade. A ver se no próximo ano, seguramente, já aqui estaremos com a túnica".
"Vim rezar para que as autoridades reconheçam que se podem celebrar as corridas de toiros. É estranho, as autorizações não estão dadas, os cartéis estão apresentados, a empresa, inclusivamente, disponibilizou-se a custear os testes aos espectadores, mas até este momento não houve resposta por parte da Junta de Andaluzia. Aqui estamos a rezar. Para que nunca se perca a fé!", acrescentou Morante.
Recorde-se que o Real Decreto aprovado esta semana pelo Governo espanhol obriga a um distanciamento de um metro e meio entre cada espectador nos festejos tauromáquicos e noutros do sector cultural, o que inviabiliza a utilização de 50% da lotação da Real Maestranza de Sevilha, percentagem exigida pela empresa Pagés para que se possa viabilizar a realização das corridas da Feira de Abril. Com a nova medida imposta pelo Governo, só poderiam assistir a cada corrida 1.400 pessoas, o que equivale a 12,5% da lotação total da praça.
Foto @EspDeTriana/aplausos.es